Como o PT quer ampliar sua base em 2024, olhando 2026
Por Raimundo Borges
O Imparcial – O Maranhão possui cinco municípios com mais de 100 mil eleitores e dois com mais de 200 mil (São Luís e Imperatriz), mas nenhum deles consta na relação da Comissão Executiva Nacional do PT, definida na última segunda-feira (13), para lançar candidatos a prefeito na eleição de outubro.
Mas em outros estados como a Paraíba, Roraima, Rondônia e Amazonas também ficaram na mesma situação do Maranhão, enquanto o vizinho Piauí, governado pelo PT, só terá candidato entre as cidades grandes, na capital Teresina. Tais fatos são reveladores da estratégia que o PT vai adotar nas eleições deste ano, já se preparando para 2026.
No PT maranhense, segundo o presidente regional Francimar Melo, há uma discussão sobre as chamadas “táticas” que adotará em 2024. Em São Luís, por exemplo, o partido do presidente Lula e do vice-governador Felipe Camarão negocia com o PSB a indicação do vice na chapa liderada pelo deputado federal Duarte Júnior. Em Imperatriz se discute lançar o vereador Aurélio do PT, candidato a prefeito, contra outro Aurélio, o deputado Marco Aurélio, do PCdoB, que tem como páreos duros, os deputados Josivaldo JP e Rildo Amaral.
Já em São José de Ribamar, a legenda petista pode indicar o vice do prefeito Júlio Matos, que estava filiado ao PL e já o trocou pelo Podemos.
Em Caxias, o PT se articula para lançar o atual presidente da Câmara e vice-prefeito Ricardo Rodrigues como vice de Gentil Neto, sobrinho do atual prefeito Fábio Gentil.
Outro nome forte na cidade é Caxias é Alicia Waquim, candidata do PSDB, apoiada pelo governador Carlos Brandão, e Paulo Marinho Jr, filho do empresário e ex-prefeito Paulo Marinho. Na cidade de Timon, o PT trabalha para lançar um nome forte como vice da atual prefeita Dinair Veloso (PDT), uma cartada dura contra o deputado estadual Rafael Leitoa, apoiado por Carlos Brandão, de quem é líder na Alema.
Como se pode perceber, as eleições municipais dos principais municípios do Maranhão estão na fase de arrumação e dentro do jogo político, cada partido busca a melhor posição, principalmente, os que estão no comando da prefeituras ou terão Carlos Brandão no palanque, puxando um leque de partidos aliados, principalmente o PSB, PSDB, e outras legendas que, pelas circunstância, irão marchar juntos.
Como o partido do presidente da República nunca avançou no Maranhão, este ano suas lideranças terão do trabalhão pela frente. O PT só tem Luiz da Amovelar Filho, em Coroatá, um deputado federal e um estadual.
O vice-governador Felipe Camarão está rodando o Maranhão, procurando construir uma base político-eleitoral quase do zero. Mas vale lembrar que Lula sempre obteve excelentes votações no Maranhão, a exemplo de 2022, quando saiu do segundo turno com 71,14% dos votos, equivalentes a 2.668.245, contra escassos 28,87%% do então presidente Jair Bolsonaro.
Lula ganhou no 2º turno até do candidato Flávio Dino, eleito senador com 2.125.811 dos votos, 62,41%, número jamais alcançado por nenhum outro político no Maranhão. Significa que o jogo de outubro próximo está apenas na fase de aquecimento dos jogadores.
PÍLULAS POLÍTICAS
Mão no jarro (1)
A operação “Contrassenso”, deflagrada nesta 4ª feira, pela Polícia Federal, e a CGU, amanheceu na porta da Secretária de Educação de Santa Quitéria, Yara Raquel Monte Coelho Corrêa, com as algemas brilhando na luz do sol. Não deu outra. Ordem dada, ordem cumprida.
Mão no jarro (2)
Pelo visto aquela secretaria de Educação não aprendeu a fazer o básico de matemática. As contas do dinheiro do Fundeb não batem com o número de matrículas do período de 2020-2023 do Eja. O rolo envolve R$ 100 milhões, dos quis a justiça mandou bloquear R$ 38 mi.
Bioma no chão
Enquanto o agro e os políticos comemoram o sucesso da exposição Agrobalsas, uma vitória estrondosa dos negócios no campo, o bioma cerrado, do Maranhão sofreu em 2023 o maior desmatamento do país, segundo o INPE. Uma área de 2927 km² foi desmatada.
Arroz, já era
No fim da década de 70, o Maranhão era o 2º maior produtor de arroz no Brasil, atrás apenas do Rio Grande do Sul, que perdeu a maior parte de sua colheita, nas enchentes atuais. Hoje no Maranhão só de fala de soja, eucalipto e gado. Arroz, está no 5º lugar no país, muito distante do 1º do ranking.