22 de novembro de 2024
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Sakamoto: Bolsonaro é o grande derrotado do 2º turno das eleições nas capitais

DCM – O bolsonarismo foi o grande derrotado do segundo turno das eleições nas capitais brasileiras. Dos candidatos que abraçaram loucamente o mito, apenas o fanfarrão Abilio Brunini venceu em Cuiabá. O resto levou sola do eleitorado.

Perdeu em Belém, com Éder Mauro, em Curitiba, com Cristina Graeml, em João Pessoa, com o Marcelo Queiroga, em Manaus, com o Capitão Alberto, em Palmas, com Janad Valcari, em Porto Velho, com Mariana Carvalho, em Goiânia, com Fred Rodrigues, em Fortaleza, com André Fernandes, em Belo Horizonte, com Bruno Engler.

Emília Correa (PL) venceu em Aracaju, mas apesar de alinhada às características do bolsonarismo-raiz, não abraçou Jair na campanha como os demais.

A vitória de Ricardo Nunes, em São Paulo, não entra na conta de Bolsonaro nem que a vaca tussa. O ex-presidente apareceu apenas no final, em uma churrascada, não para demonstrar apoio, mas a fim de reafirmar que ele ainda é o candidato da direita em 2026.

Mas, como diria Baden Powell e Vinicius de Moraes, o homem que diz “sou”, não é?

No discurso de vitória, Nunes se derramou em elogios a Tarcísio de Freitas, dizendo que ele não o abandonou durante a campanha. Para bom entendedor, meia cutucada basta.

O centrão, após vencer a esquerda no primeiro turno, ganhou do bolsonarismo no segundo.

Isso mostra não apenas a força das emendas parlamentares encaminhadas pelo Congresso Nacional às suas bases, mas também coloca em xeque Bolsonaro como o grande cabo eleitoral da direita.

Na política, importa menos o poder passado e mais a perspectiva futura de poder. Com Jair inelegível por oito anos, nomes da direita começam a questionar a sua hegemonia. Nesta eleição, ele bateu de frente com os presidenciáveis Ronaldo Caiado e Ratinho Júnior, apoiando candidatos adversários aos governadores em Goiânia e Curitiba, respectivamente. Perdeu.

Isso sem falar de Pablo Marçal, em São Paulo, que mostrou que o rebanho da extrema direita, que foi organizado e cavalgado por Bolsonaro por anos, pode se encantar por outro berrante.

Com Bolsonaro menos capaz de eleger candidatos, por que partidos políticos vão defender o polêmico projeto de anistia aos golpistas, que o beneficiaria?

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