Brandão vai segurar debate sobre 2026
Por Raimundo Borges
O Imparcial – O governador Carlos Brandão (PSB) tem o ano de 2025 inteiro para consolidar a liderança que ampliounas urnas municipais deste ano, perante os 12 partidos da base aliada que elegeram 157 prefeitos. Vai ser o ano de resultado do primeiro plano de governo com um portfólio recheado de ações para sacudir o poeira do atraso estadual e cuidar de preparar o futuro de curto prazo para 2026.
O governador maranhense está no centro político que bombou nas eleições municipais e tem no governo praticamente os mesmos partidos que batem ponto no Ministério do governo lula. Ele perdeu a eleição de São Luís, apoiando Duarte Júnior (PSB), mas ganhou em Imperatriz, sem dúvida um feito histórico.
A história de Imperatriz é marcada pelo distanciamento geográfico, político e administrativo do governo do Estado. Foi uma cidade que cresceu pelo esforço dos setores de sua economia baseada nos ciclos da pecuária, da madeira, da indústria, do garimpo de Serra Pelada e dos serviços.
Pouca influência do Palácio dos Leões. Foi com base política em Imperatriz que o ex-ministro e ex-governador Edison Lobão começou sua trajetória. Como jornalista político do Correio Braziliense, Lobão se candidatou a deputado federal em 1978 e levou para o palanque eleitoral o então presidente Ernesto Geisel, num gesto único na vida do general.
Na eleição seguinte, em 1982, Lobão foi reeleito com a bênção de outro general-presidente, João Batista Figueiredo. Portanto, Imperatriz sempre foi considerada base de um dos políticos mais influentes do Maranhão e do Brasil, como senador, ministro de Estado e presidente do Senado. Lobão foi o autor da PEC que chegou mais perto de tornar Imperatriz capital do Estado Maranhão do Sul, iniciativa que gorou.
A principal queixa da população local em relação aos governos era: lá se paga muito imposto e recebe muito pouco em serviços públicos. Agora, Brandão quebrou o paradigma de ser o segundo governador a eleger um aliado – Rido Amaral. O primeiro foi Jackson Lago, com Sebastião Madeira.
O futuro político do Estado está coberto por uma névoa de incertezas, o que alimenta um mar de especulações, plantadas a torto e a direito nas redes sociais. O próprio Brandão não tem interesse em abrir esse debate fora de tempo sobre sua sucessão e, obviamente, a disputa dos dois mandatos no Senado Federal.
Tranquilo, governa num raro período político em que a oposição foi engolida pela fome insaciável do centro-direita por poder. Ele não tem o direito de precipitar a construção do cenário de 2026. Afinal, a eleição estadual tem relação direta com a nacional que está ainda sem qualquer articulação para o próximo pleito.
Os personagens que se destacam no momento na política do Maranhão são: Carlos Brandão, o ministro André Fufuca, o prefeito Eduardo Braide, o deputado Josimar de Maranhãozinho, a senadora Eliziane Gama, seu colega Weverton Rocha, a deputada Iracema Vale, o vice- governador Felipe Camarão e o prefeito eleito de Imperatriz, Rildo Amaral.
São pedras postas sem qualquer organização no jogo das eleições majoritárias daqui a dois anos. Os partidos têm uma posição burocrática na política, mas na hora da decisão são eles que ditam as regras e fazem a escalação de cada participante do jogo. Brandão é o técnico.
A eleição majoritária daqui a dois anos tem quatros cargos em disputa e uma intrincada matemática política a ser resolvida por Carlos Brandão e seus aliados. Ele próprio não sabe o próprio destino em 2026, se disputa o Senado ou se fica no cargo até o fim. O vice Felipe Camarão (PT) depende dessa definição para acertar sua vida. Weverton Rocha (PDT) disse que “talvez” concorra a um novo mandato, “apoiado pelo presidente Lula”.
Não pretende arriscar tudo em nova aventura rumo aos Leões, como fez em 2022 e ficou em terceiro lugar; Eliziane Gama (PSD) nunca mais falou de eleição ou de reeleição. Está buscando apoio para disputar a presidência do Senado, mas tem Omar Aziz no páreo e no PSD. Portanto, todo o cenário está ainda desmontado a espera dos atores se aprontarem para o que der e vier.