Mafioso italiano expõe estratégia do PCC para enviar drogas para a Europa
DCM – A colaboração do mafioso italiano Vincenzo Pasquino com a Justiça italiana revelou informações valiosas sobre o esquema de tráfico internacional de cocaína do Brasil para a Europa. Pasquino, apontado como articulador da máfia ‘Ndrangheta no país, detalhou a relação entre o Primeiro Comando da Capital (PCC), o Comando Vermelho (CV) e a organização criminosa italiana, expondo as rotas, métodos e os principais envolvidos na operação.
A delação levou à formação de uma força-tarefa internacional, envolvendo procuradores brasileiros e italianos. O grupo foi criado por iniciativa do procurador nacional antimáfia italiano, Giovanni Melillo, e tem como representantes no Brasil o procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, e o promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
O PCC utiliza o Porto de Santos como principal ponto de exportação de cocaína, consolidando a parceria com a máfia italiana para distribuir a droga pela Europa. Apesar da proximidade linguística e cultural do Brasil com outros países europeus, a Itália se destaca como o maior destino devido à influência da ‘Ndrangheta e à estrutura logística do porto de Gioia Tauro.
A prisão de Pasquino, ocorrida em João Pessoa (PB) em 2021, foi resultado da Operação Eureka, uma investigação multinacional que envolveu polícias da Itália, França, Alemanha, Bélgica, Eslovênia e Espanha. Essa operação desmantelou um esquema de tráfico que teria movimentado mais de R$ 36 bilhões.
No Brasil desde 2017, Pasquino estabeleceu-se no Paraná antes de mudar-se para São Paulo, onde assumiu a liderança da Sintonia do Tomate, o setor do PCC responsável pelo tráfico internacional. Em 2019, ele tornou-se foragido da Justiça italiana, acusado de ser o principal intermediário da máfia na América do Sul.