26 de dezembro de 2024
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O que esperar de 2025 na política do Maranhão

Por Raimundo Borges

O Imparcial – O ano de 2024 está pendurado numa singela semana de oito dias, com as rodovias já fervilhando de carros indo e vindos, abarrotados de pessoas em busca do reencontro com suas origens ou conhecer as origens de outras pessoas e de outras histórias. A agitação nos aeroportos brasileiros mostra o sobe e desce de aviões lotados de passageiros rumo ao Natal e Ano Novo fora de casa.

O Maranhão, por sua vez, não fica fora desse burburinho natalino. Porém, o que mais desperta curiosidade é saber aonde os políticos vão estar e como estarão nesse período de recesso geral, de férias escolares e de redes sociais abarrotadas de mensagens de esperança, mas nenhuma agradecendo o ano que está se indo.

O governador Carlos Brandão não disse ainda se vai ficar no Palácio dos Leões, onde reside, ou passar o Natal em Colinas, sua terra-berço, na microrregião de chapada do Alto Itapecuru. Há poucas semanas ele viajou de férias ao exterior e deixou vice Felipe Camarão despachando na cadeira de governador, enquanto a fuxicaria política rolava solta sobre o rompimento nunca “declarado” entre ele, o próprio Camarão e o antecessor, Flávio Dino, que enverga a toga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Como o fim de ano tem sido carregado de encontros, jantares e almoços políticos em todos os graus de relevância, também foi farto em desencontros, movidos a verdades, meias verdades e fake News.

Felipe Camarão, vice-governador, dá expediente do Edifício João Goulart

Os “plantonistas” do cotidiano da política maranhense buscam imagens em que apareça, por exemplo, Felipe Camarão em reuniões com o deputado Othelino Neto (SD) ou o prefeito Eduardo Braide (PSD).

Como as redes chegam rapidamente a todos, as de Carlos Brandão também não deixam de ser vasculhadas, assim como do vice Camarão e de todos que têm relação direta com o poder e os fatos que prenunciam a política em 2026, vindos à tona antes mesmo de começar 2025.  

Brandão e Camarão despacham em gabinetes separados pela Avenida Pedro II, no centro de São Luís. O governador mora e trabalha no Palácio dos Leões, enquanto o vice dá expediente num dos 10 andares do Edifício João Goulart, no mesmo logradouro. Faz muito tempo que nenhum vice-governador tem gabinete do imponente Palácio dos Leões.

O próprio Brandão, na sua temporada de vice contava com uma salinha no corredor de acesso ao gabinete do então titular Flávio Dino, mas seu local de despacho definitivo passou a ser no João Goulart, depois que Dino o restaurou.

O Palácio sede do governo maranhense – um dos maiores do Brasil, com 3 mil metros quadrados de construção – tem como um dos itens definitivos, os ‘Leões’ cimentados no topo de sua faixada principal. A denominação “Palácio dos Leões” surgiu de uma piada do Jornal O Combate, de 1926, quando comparou a fome do governo por arrecadação de imposto, com voracidade do Leões.

Anos depois, o apelido virou o nome oficial. O detalhe é que o Rei da Selva ali representado não tem uma parceira Leoa, assim como o governo jamais teve uma vice-governadora em suas dependências, embora tenha tido Roseana Sarney por quatro vezes como mandachuva da política estadual.

Desde o início de sua construção em 1612, com parede de taipa de pilão, até hoje, 412 anos depois, o Palácio dos Leões é o símbolo máximo do poder do Maranhão e fonte de inúmeros conflitos históricos.

Carlos Brandão e Flávio Dino estão no centro de uma onda fofocas que alimentam as redes sociais e corroem a política. Brandão nunca disse em público que não gosta de Flávio Dino, assim como Dino não fala de malquerença com o colinense que passou sete anos como seu vice.

Como o Ano Novo está chegando, com as cidades dominadas por luzes de Natal e as pessoas vivendo o tão esperado “espírito de natal”, a senadora Eliziane Gama (PSD) recebeu, do presidente Lula uma espinhosa missão de reaglutinar o grupo Flávio Dino-Brandão-Iracema Vale-Camarão e os deputados que dividem o plenário da Alema entre governistas e oposicionistas.

Tudo que for possível para contagiar a política estadual com o Espírito de Natal, Eliziane já entrou em campo para cumprir a missão presidencial, com o olhar em 2026.

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