11 de janeiro de 2025
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Petróleo da Margem Equatorial pode tirar Maranhão do atraso

Por Raimundo Borges

O Imparcial – Em 2024 a exploração de petróleo da chamada Margem Equatorial Brasileira, com uma área imensa no litoral maranhense, foi um dos temas econômicos mais debatidos no Congresso Nacional, dentro do governo federal e no meio empresarial. Agora, os estudos realizados de impacto ambiental pelo Ibama e a Petrobrás já são suficientes para viabilizar a exploração, defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ao participar do Fórum de Investimentos e Prioridades, organizado no Rio de Janeiro por um instituto da Arábia Saudita, Lula classificou a exploração petrolífera como um “salto de qualidade extraordinário”.

O governo federal tinha divergências com o Ibama e entidades privadas ligadas ao meio ambiente. Porém, Lula prometeu fazer tudo legal, respeitando o meio ambiente, sem perder a oportunidade de fazer o Brasil crescer, mesmo no momento em que o mundo rediscute o uso dos combustíveis fósseis como responsáveis pelo agravamento da crise climática no Planeta.

Ainda em 2024, a Federação das Indústrias do Maranhão (Fiema), Gasmar, Ibama, Enerva e especialistas da Firjan, do Rio de Janeiro,debateram os prós e contras da exploração, além das extratégias que deverão ser adotadas nos empreendimentos públicos e privados, interessados na exploração de petroleo no norte do Brasil.

O Ibama havia recomendado manter a negativa à emissão de licença ambiental para a Petrobras perfurar poços no local. Esta semana, o ministro das Minas e Energia Alexabdre Silveira (PSD) disse estar confiante de que a exploração na Bacia da Foz do Rio Amazonas, na Margem Equatorial deve começar em 2025.

Segundo ele, a Petrobras sanou todas as dúvidas do Ibama. Acrescentou que não se trata de uma questão ideológica, mas sim mercadológica. A Margem Equatorial ganhou notoriedade depois da descobertas de imensas bacias de gás natural na Colômbia, Guiana Francesa e Suriname.

A Margem Equatorial perpassa a linha do Equador, cruza o Maranhão, o norte brasileiro e possui duas das cinco bacias de águas profundas em território pertencente ao Maranhão. Trata-se da bacia Pará-Maranhão e Barreirinhas, cujo potencial estimado é de 30 bilhões de barris de petróleo.

Na época do encontro na Fiema, o seu vice-presidente executivo Luiz Fernando Renner destacou a pujança do mercado de petróleo e gás que o Maranhão começa a participar com os investimentos realizados e projetados pela Eneva na exploração de gás convencional e futuramente gás não convencional. Contudo, há enorme controvérsia sobre os impactos ambientais na exploração em grande escala da nova bacia.

O bloco da Foz do Amazonas (FZA-M-59) fica a 175 km da costa a uma profundidade de 2.880 m. Apesar do nome, o local a ser explorado está a 540 km da foz do maior rio do mundo. Já a Petrobras afirma que a produção de óleo a partir da Margem Equatorial é uma decisão estratégica para que o país não tenha que importar petróleo nos próximos 10 anos.

Estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima que o volume potencial total recuperável da Bacia do Rio Amazonas pode chegar a 10 bilhões de barris de óleo equivalente. Para efeito de comparação, o Brasil tem 66 bilhões de barris entre reservas provadas, prováveis e possíveis de exploração.

Ainda em 2024, o diretor-presidente da Gasmar, Allan Kardec Dualibe afirmou que a fase preliminar em que se encontra a exploração na região é de imenso potencial, a ponto de ele classificá-la como “novo pré-sal do Arco Norte”. Portanto, o potencial da Margem Equatorial referente às bacias do Pará-Maranhão e de Barreirinhas é calculado em 30 bilhões de barris de petróleo equivalente.

A esse potencial, aliam-se a capacidade eólica e solar e perspectivas de produção de hidrogênio verde para agregar valor à economia, ao meio ambiente e à sociedade maranhenses. É inegável que toda essa riqueza inexplorada vai permitir que o Brasil e o Maranhão deem um salto definitivo rumo ao desenvolvimento. Pelo menos enquanto o mundo permitir o consumo de petróleo.

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