Brandão vive o aquecimento da corrida ao Senado Federal
Por Raimundo Borges
O Imparcial – O governador Carlos Brandão (PSB) tem este ano de 2025 para consolidar o governo e preparar o seu futuro político pós-2026. Significa que ele tem o desafio de deixar no Palácio dos Leões o sucessor de seu grupo, se tornar senador e não perder o controle da política maranhense.
Na semana passada ele disse, em reunião com os novos dirigentes da Federação dos Municípios do Maranhão que após refletir sobre perde o ganha da política, entendeu que o melhor caminho é o da união. Por sua vez, o senador Weverton Rocha descartou, na TV Mirante, a possibilidade de o PDT vir a fazer parte do governo Brandão, mesmo sem se tornar “uma oposição fechada”.
Quando Brandão disse que o caminho da união é o rumo que pretende tomar, fez-se entender como uma voz da conciliação entre ele, o ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino e o grupo que os dois construíram desde 2014. Convém destacar que o plano de Brandão era repetir em 2026 o que Flávio Dino fez com ele em 2022.
No dia primeiro de abril renunciou ao mandato e passou-lhe a faixa, com o projeto desenhado de torná-lo governador e se eleger para o Senado Federal. Nada deu errado. Com a força do Palácio dos Leões, Brandão foi eleito no 1º turno e Flávio Dino consagrado com a maior votação da história política do Maranhão – 2,125 milhões de votos.
Vale registrar que, em 2023, em conversa com este jornalista Raimundo Borges, falando do aniversário de 100 anos do jornal O Imparcial, em 2026 e que, o governador já estava sendo convidado. Brandão perguntou a data e eu respondi: “1º de maio”. Ele, então, completou: “É, mas em maio já não estarei mais como governador. Devo ficar só até abril”. Ele estava dizendo, naquele momento, que seu plano era renunciar em 1º de abril e passar o governo ao vice Felipe Camarão, para disputar uma vaga de senador.
Foi essa costura política, apoiado por Lula, que Felipe Camarão, então secretário de Educação de Flávio Dino, foi filiado ao PT e indicado para vice na chapa liderada por Brandão.
Se o governador permanecer no Palácio dos Leões até 31 de dezembro de 2026, Felipe Camarão pode até concorrer ao governo, mas certamente não seria apoiado por Brandão. Então, as duas vagas no Senado Federal seriam disputadas por Weverton Rocha (PDT), Eliziane Gama (PSD), André Fufuca (PP) e quem mais se atrever.
Nesse caso, Brandão iria tirar da cartola um candidato a governador para chamar de seu, mas sem o aval do presidente Lula, contra um nome indicado pelo bolsonarismo. Se Jair Bolsonaro se livrar das encrencas jurídicas e da inelegibilidade, tentará voltar ao Planalto com força redobrada.
Como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já não fala com tanta convicção de concorrer a um quarto mandato, todo o cenário de 2026 ganha novos contornos a partir deste ano sem eleição. Ele mesmo já disse que a campanha de 2026 já começou pela oposição e o governo não pode dormir no ponto.
Portanto, Lula e Brandão vão aproveitar esta temporada sem campanha eleitoral para chegar a 2026 com o protagonismo em alta e enfrentando o poder devastador das redes sociais, sustentadas na Casa Branda, sob as ordens da extrema direita, emanadas do presidente Donaldo Trump, parceiro dos bilionários das big techs.
Todos esses cenários estão sendo analisados pelo senador Weverton Rocha, o governador Carlos Brandão, a deputada Iracema Vale, o ministro André Fufuca (Esportes) e Josimar de Maranhãozinho, o mandachuva do PL maranhense que, assumidamente, não é bolsonarista.
Muito menos se animou em participar da posse de Donald Trump, como fez o deputado Yglésio Moises. Eleito pelo PSB em 2022, ele mudou-se para o PRTB, se aproximou de Bolsonaro e tenta ocupar o espaço na extrema direita do Maranhão que está sem uma figura de proa que enfie a cara no bolsonarismo sem medo de sair arranhada.