3 de maio de 2025
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Brandão fala todo dia sobre governo mas esquece 2026

Por Raimundo Borges

O Imparcial – O governador Carlos Brandão colocou o PSB como principal partido no Maranhão, além de elevá-lo de comissão provisória a diretório estadual, sendo o seu presidente regional. É um feito histórico para um partido que quer fazer o sucessor em 2026, mas sem pressa de precipitar a pré-campanha antes do tempo.

Com as contas do governo equilibradas, Brandão acelera o plano de obras da própria gestão e as que realiza em parceria com o governo federal. Na semana passada, ele mostrou musculatura política ao patrocinar, com a Federação dos Municípios, o maior encontro de prefeitos para debater a importância do municipalismo na alavancagem do desenvolvimento do Estado.

Na mesma semana passada, o governador realizou o XVI Congresso Estadual do PSB, ocasião em que pregou a “construção de um partido não focado na quantidade, mas na qualidade na governança, com bons gestores e lideranças determinados a caminhar na busca de melhores índices, melhores políticas e melhor qualidade de vida para os maranhenses”.

Apesar de estar numa rotina frenética de idas e vindas entre Brasília e o interior do Maranhão, inaugurando obras e lançando outras de médio e curto prazos, Brandão, nem por ato falho, arrisca anunciar quem pretende escalar para a disputa do governo nas eleições majoritárias do próximo ano.

Brandão faz de conta que não escuta o zunzunzum em sua volta sobre 2026. Patrocinou o encontro de prefeitos, não expôs o vice Felipe Camarão (presente) perante a base aliada e até opositores dos municípios. Mas discursou ao lado do sobrinho Orleans Brandão, enaltecendo o seu papel de secretário dos temas municipalistas ali debatidos.

Com isso, ele passou a mensagem de que tem opção além do vice. Até quando o governador vai conseguir cozinhar esse galo em fogo brando é o que todos querem saber. Tanto os aliados quanto os adversários, que precisam se planejar, sabendo quem estará na outra raia da corrida.

Prefeito Eduardo Braide e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab

Tudo indica que em 2025 Brandão vai manter o fogo brando, sem elevar o calor do debate sobre sucessão estadual. Ganha tempo para governar com calma, sem pressão das bases políticas e sociais por realizações, não precisa fazer reforma na equipe de governo e ainda deixa a oposição desnorteada.

O prefeito de São Luís, Eduardo Braide, está num pé e noutro para se tornar candidato a governador, cumprindo a orientação do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. Porém, ele precisa calcular tudo, numa empreitada que, obviamente, terá de renunciar à prefeitura em abril, para a vice-prefeita Esmênia Miranda não só assumir, mas segurar a candidatura.

Já Carlos Brandão, para também se desincompatibilizar do governo, só o fará com a certeza de duas coisas: tornar-se senador e fazer o sucessor. Mas precisa de tempo para desenhar o seu futuro político, inclusive num cenário conectado à disputa presidencial.

Se o presidente Lula mantiver a anunciada candidatura à reeleição, é uma realidade. Se ele deixar para alguém do PT, como o ministro Fernando Haddad, o quadro muda de figura. Assim também está Eduardo Braide, um político desagrupado, mas de enorme força eleitoral. Foi reeleito prefeito de São Luís com 70% dos votos e agora lidera as pesquisas para o governo do Estado, mesmo sem um único prefeito do PSD no interior.

Felipe Camarão, vice-governador, é o nome do PT para a disputa ao governo do MA

O vice-governador Felipe Camarão é o nome do PT, mesmo partido de forte aliança com o PSB de Brandão, da presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale, a liderança feminina mais bem estruturada hoje no Maranhão. Para ser governador, Camarão precisa do governo e da estrutura partidária que reúne o MDB, PP, PSD, PRD, PSDB, Podemos, além de outras legendas menores.

Todos juntos tornam qualquer candidatura quase imbatível na eleição de 2026, pois são mais de 35 deputados estaduais, 15 federais, aproximadamente 170 prefeitos e centenas de vereadores. Quem diz: é poder que se desdobra do Palácio do Planalto à Nova Iorque do Maranhão.

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