31 de maio de 2025
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Talvez Sarney poderia apaziguar a guerra política do Maranhão

Por Raimundo Borges

O Imparcial – Quem não se lembra dele do Henrique Meirelles? Disputou a Presidência em 2018 pelo MDB, foi ministro da Fazenda de Michel Temer e presidente do Banco Central nos dois governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). Em 2022, foi chamado a declarar apoio à campanha de Lula contra Bolsonaro.

O nome Meirelles virou sinônimo de solução econômica em escala nacional – nem tanto pelo que fez, mas, principalmente, pelo que dizia ser capaz de fazer. “Chama o Meirelles!” virou bordão em forma de marketing pessoal. Agora, em 2025, ano não eleitoral, mas de intensa polarização política, o nome que reaparece na boca do palco é ninguém menos que o ex-presidente Michel Temer (MDB).

Jeitoso, bem articulado e dono de robusto currículo político, Michel Temer está atuando no centro dos conflitos entre os poderes. E não é de agora. Em 2022, ele já fez isso em ação apaziguadora nas desavenças entre o presidente Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal.

Depois do 7 de setembro daquele ano, criou-se o impasse depois que Bolsonaro deixou de comparecer ao depoimento, marcado pelo ministro Alexandre de Moraes, no inquérito que investigava vazamentos de dados sigilosos. Ironicamente, era o mesmo Temer de 2016 que, como vice de Dilma Rousseff, foi o personagem central na trama do impeachment da primeira mulher a presidir o Brasil, e abriu caminho para a eleição de Jair Bolsonaro em 2018, foi chamado para apaziguar.

Em 2021, militares das Forças Armadas procuraram Michel Temer para que ele assumisse a interlocução que resultasse na “moderação” do Bolsonaro contra o STF. Temer telefonou para Ciro Nogueira (Casa Civil), se colocando à disposição para tentar fazer Bolsonaro baixar o tom contra o STF, quando ele pedia o impeachment de Alexandre de Moraes e convocava a legião de apoiadores fanáticos para um “contragolpe”.

Agora, como não haverá eleição em outubro, Temer voltou à boca do palco. Em Nova Iorque, onde proferiu palestra, disse ao jornalista Jamil Chade, do portal UOL, que se reuniu com cinco governadores bolsonaristas interessados em entender as chances de Bolsonaro em 2026.

“Proponho que vocês apresentem um programa para o país, e lá na frente, verifiquem quem vai ser candidato. Se Bolsonaro for o candidato, vocês apresentem o programa”, resumiu Temer. Em 2023, mais de mil lideranças femininas rebateram Temer e reafirmaram que houve, sim, golpe contra Dilma em 2016, o que ele sempre negou, como nega hoje a tentativa de golpe de Estado em 2023 por Jair Bolsonaro e seus seguidores.

Ainda nos Estados Unidos, Temer disse que vê a democracia no Brasil “consolidada” e a pacificação deve possibilitar o avanço do país no futuro. Ele falou, 3ª feira, 13, na Brazil Week, evento organizado pelo Lide – Grupo de Líderes Empresariais em Nova Iorque.

No mesmo evento, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, revelou, em palestra, que chegou a pedir “socorro” aos Estados Unidos para evitar o golpe de Estado no Brasil. De acordo com ele, enquanto presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), solicitou aos militares estadunidenses que se manifestassem em defesa da democracia brasileira e do processo eleitoral de 2022, no qual o presidente Lula derrotou Jair Bolsonaro.

Ele continuou em sua fala: “Mais recentemente, tivemos um decisivo apoio dos Estados Unidos à institucionalidade e à democracia brasileira em momentos de sobressalto”.

Como se pode observar no âmbito nacional, com Michel Temer dando palpite e aconselhando a torto e a direito sobre as eleições de 2026, no Maranhão, bem que o ex-presidente José Sarney, com a imensa experiência e equilíbrio, poderia ser chamado a assumir o papel de líder e buscar serenar os ânimos exaltados que já sacodem a pré-campanha no Maranhão.

Ele é o único com autoridade para chamar o governador Carlos Brandão, o ministro Flávio Dino e seus entornos para uma conversa franca. Deixarem de lado ambições pessoais pelo poder, picuinhas sem sentido nos entornos, e fazer um projeto de futuro que, de uma vez por todas, faça o Maranhão deixar para trás o histórico atraso, que tanto o constrange como estado mais pobre do Brasil. Seria um reencontro para a população aplaudir.

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