Os vices do PT e as crises reprisadas 10 anos depois
Por Raimundo Borges
O Imparcial – Quando a política do Maranhão vive uma turbulência dentro do grupo que está no poder desde 2014, com a eleição de Flávio Dino, sobressai o PT no centro do imbróglio. A figura do vice-governador petista Felipe Camarão, hoje em linha de colisão, ainda sem sinistros significativos, faz lembrar o desmonte político ocorrido com outro petista vice-governador, em 2013.
O sindicalista Washington Oliveira (cearense de Várzea Alegre, mesma cidade-berço de Josimar do Maranhãozinho) foi convidado a entrar numa engrenagem política articulada por Roseana Sarney, titular do mandato, para impedir que o PT chegasse ao Palácio dos Leões e assumisse a candidatura de Flávio Dino – então líder das pesquisas.
Uma ressalva: em mais de 80% dos 25 anos deste século 21, o PT mandou no Brasil com Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Apenas Michel Temer (MDB) terminou o mandato de Dilma entre 2016-2018, e Jair Bolsonaro outros quatro anos entre 2019-2022. Só Getúlio Vargas, nos dois períodos como ditador, passou mais tempo no comando do país, com 18 anos e meio.
No Maranhão, o PT chegou ao Palácio dos Leões, mas apenas como vice: Washington Oliveira, na chapa de Roseana Sarney entre 2011-2013, quando renunciou em troca do empregão vitalício de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Foi a estratégia para não deixar o PT no governo, com boa parte simpatizante da candidatura de Flávio Dino (PCdoB). Roseana seria candidata ao Senado Federal.
O jogo estava com todo o detalhamento pronto. Washington renunciou à vice-governadoria em novembro de 2013 e Roseana Sarney, também, ao governo em abril de 2014, para disputar o Senado. Haveria, então, uma eleição indireta pela Alema, que elegeria Luís Fernando Silva, secretário da Infraestrutura, como governador.
Tudo combinado com o presidente da Assembleia Legislativa, Arnaldo Melo. Luís Fernando percebeu que seria um governador e candidato, mas sem toda a máquina nas mãos, com R$ 6 bilhões no cofre. Era o nome talhado para dar continuidade ao sarneísmo à frente do Palácio dos Leões, após a aposentadoria do ex-presidente e senador pelo Amapá, José Sarney.
No dia 7 de abril de 2014, Luís Fernando (PMDB) teve uma conversa com Roseana quando lhe comunicou a desistência da pré-candidatura. Para substituí-lo, às pressas, os Sarney correram atrás de outro e bateram às portas do empresário Edson Lobão Filho, o Edinho, filho do ministro Edison Lobão, de Minas e Energia. Ele havia assumido a cadeira do pai no Senado, como seu suplente. Edinho estava internado no Hospital Albert Einstein (SP), recuperando-se de uma cirurgia, quando recebeu um telefonema do senador José Sarney.
O convite foi aceito e anunciado no dia 15, como candidato a governador. E Roseana resolveu ficar no governo até o fim do mandato, iniciando ali a derrocada do grupo Sarney.
Portanto, a crise política de hoje tem a cara daquela de 2014. O PT novamente dividido e com o vice-governador Felipe Camarão vivendo a situação de Washington Oliveira, hoje secretário da Representação do Governo Brandão em Brasília. Enquanto isso, Camarão termina neste sábado sua interinidade no Palácio dos Leões, com o retorno de Brandão da viagem à Europa, onde cumpriu agenda em Paris e Estocolmo (Suécia). Coincidiu com a presença do presidente Lula na capital francesa, com quem se encontrou.
Também debateu com representantes da Associação de Exportadores de Carne a prospecção de novos negócios na pecuária estadual, livre totalmente da aftosa, nos mercados da China, União Europeia e EUA.
No Maranhão, porém, a briga esquentou entre deputados governistas e oposição na Assembleia Legislativa. Sem se envolver, Camarão preferiu visitar as obras da Nova Litorânea, receber a visita da cúpula do PL maranhense, conversar com deputados governistas e ir a Brasília debater com a direção do PT o apoio decidido à sua pré-candidatura ao governo em 2026.
Também o jovem Orleans Brandão (MDB) não ficou parado. Está no interior todo dia e, em São Luís, sua foto foi vista estampada em balões dos festejos juninos, que o tio Brandão, governador, promete torná-los os maiores do mundo.
Nós filiados e filiadas do PT do Maranhão, nos 217 municipais, estamos trabalhando para rezar a história e eleger o primeiro governador do PT do Maranhão, não podemos perder a oportunidade de ter Lula na Presidência da República Federativa do Brasil e Camarão no Palácio dos Leões.
Saudações Petistas
Professor Rogério do PT 310 Presidente Estadual.
A sua matéria é extremamente fiel aos fatos. Quem vendeu o PT em 2014 e trabalha na mesma direção, não preciso repetir os nomes. Não são petistas, embora sejam filiados, sequer tem projetos para o MA porque suas posturas são de subserviência. Trabalham em benefício próprio e se escondem em discursos oportunista que só os incautos ainda acreditam.
Bela reportagem recapitulando tudo dos anteriores ao atual verdade verdadeira kakaka isso mesmo que aconteceu !!
Bom dia!
Parabéns amigo!
Ivelta Barbosa