14 de junho de 2025
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Brandão ganha tempo e embaralha jogo entre Camarão, Orleans e Braide

Por Raimundo Borges

O Imparcial – Faltando 15 meses para as eleições de 2026, o jogo dos mandatos majoritários no Maranhão – governador, vice e dois senadores – encontra-se completamente embaralhado. O governador Carlos Brandão (PSB) não fala objetivamente sobre ficar ou sair do governo em abril, mas escancara as ações que sugerem a sua opção pelo sobrinho Orleans Brandão como seu sucessor.

Por sua vez, o vice-governador Felipe Camarão (PT) reafirma sua pré-candidatura ao Palácio dos Leões, com ou sem o apoio de Brandão, o que sinaliza uma ruptura no grupo ainda em 2025 ou no começo de 2026. A tensão entre os dois lados, porém, não impede distensão, com a volta de flavistas e brandonistas sendo o que já foram.

Felipe Camarão (PT) reafirma sua pré-candidatura ao Palácio dos Leões

Esta semana, a presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB), discursou em Urbano Santos, sua base política, e anunciou o apoio a Orleans Brandão, secretário de Assuntos Municipalistas do governo, e à reeleição do senador Weverton Rocha (PDT). Com a proximidade que mantém de Carlos Brandão, Iracema já define o rumo que tomará em 2026, com uma novidade: estava ao lado, também, do deputado federal Aluísio Mendes, presidente do Republicanos no Maranhão e bolsonarista assumido na Câmara.

Nessas ocasiões, gestos e falas dizem muito do presente e do futuro. Os partidos vivem o ano do vale-tudo. O União Brasil, de Juscelino Filho, pode se unir em federação com o PP de André Fufuca; o PSDB de Sebastião Madeira se funde com o Podemos de Fábio Macedo; enquanto o MDB de Marcus Brandão e Roseana busca parceiros para federação.

Toda essa movimentação tem como pano de fundo a dinheirama do Fundo Partidário e a formação de bancadas que levem o Centrão a controlar as decisões do Congresso Nacional e também a expandir nas eleições estaduais. Com as fusões e federações em voga, os partidos querem formar grandes bancadas para driblar a cláusula de barreira e manter o acesso ao robusto Fundo Eleitoral, com valores contados em bilhões de reais.

Braide nem descarta nem confirma sua pré-candidatura ao Palácio dos Leões | Foto: Divulgação

Atualmente, os partidos precisam eleger, em nove estados, pelo menos 11 deputados federais ou obter, no mínimo, 2% de votos válidos para manter direito ao dinheiro. Caso contrário, podem continuar existindo, mas sem acesso ao Fundo e ao tempo de TV e rádio.

No Maranhão, porém, o jogo é outro. Fundidos ou federalizados, os partidos querem mesmo é protagonizar na eleição do próximo governador, eleger os senadores do mesmo lado, assim como a maioria dos deputados federais e estaduais. Até pouco tempo, Weverton conversava com o prefeito Eduardo Braide (PSD).

Mas agora, se aliou a Iracema Vale numa operação triangular, em que deixa de fora o PT de Felipe Camarão, que tem o apoio do presidente Lula, velho aliado do pedetista Weverton. Já a senadora Eliziane Gama é do mesmo PSD de Braide que, por sua vez, nem descarta nem confirma sua pré-candidatura ao Palácio dos Leões, embora líder absoluto em todas as pesquisas.

Outro líder partidário que se posta ao lado de Orleans é Aluísio Mendes, que também estava em conversas avançadas com Braide. Já a deputada Roseana Sarney apareceu pontuando alto na eleição do Senado, assim como André Fufuca (PP). A deputada do MDB nunca falou em concorrer ao Senado, mas a política tem a sua dinâmica: cada dia é uma história para ser contada no presente ou no futuro.

Porém, um fato não deixa dúvida no atual cenário: os brandonistas estão empenhados em isolar Eduardo Braide que, por seu lado, sempre atuou politicamente sem precisar de grupo ou de coligações que somam legendas, mas nem sempre representam votos numa eleição de governador.

A pesquisa do Instituto Econométrica, divulgada há dois dias, revela cenário curioso sobre a eleição majoritária de 2026. Aponta Carlos Brandão liderando a corrida ao Senado, com 38,5% das intenções de voto, seguido de Weverton Rocha, 33,6%; o ex-senador Roberto Rocha (sem partido) pontua 23,4%; Eliziane Gama (PSD), 22,1%; André Fufuca (PP), 17,3%; e o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União), 11,6%. Num cenário sem Brandão na disputa e na hipótese de Roseana concorrer ao Senado, o quadro muda: Weverton Rocha assume a liderança com 34,9%; Roseana Sarney, 29,1%. Cada dia com seu estresse.

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