Governo italiano diz que polícia não sabe onde está Zambelli
DCM – Nesta sexta-feira (13), o governo da Itália afirmou que não sabe onde está a deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP), alvo de um mandado de prisão internacional. Em documento obtido pelo DCM, as autoridades italianas dizem que Zambelli segue foragida e que as buscas continuam em cooperação com o governo brasileiro. A nota também diz que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve o pedido de reconhecimento de cidadania italiana negado, enquanto seus filhos Flávio, Eduardo e Carlos conseguiram obter a cidadania entre 2023 e 2024:
A extradição foi aprovada pela INTERPOL no mesmo dia 5 de junho, após ser publicada às 16h24 (hora italiana) do mesmo dia e, finalmente, foi disponibilizada aos Escritórios Centrais Nacionais da INTERPOL às 16h46.
O intervalo de tempo entre a chegada da Sra. Zambelli e a divulgação da notificação da INTERPOL não permitiu que as autoridades policiais da fronteira italiana prosseguissem com a prisão, uma vez que, no momento do controle, a pessoa não estava inserida no território nacional e as evidências disponíveis foram obtidas posteriormente.
As investigações policiais realizadas — e ainda em andamento — não conseguiram, até o momento, localizar a Sra. Zambelli.
As atividades prosseguem, inclusive no que diz respeito à cooperação internacional da polícia com as autoridades brasileiras — e as informações coletadas até agora pela DIGOS de Roma foram compartilhadas com a Procuradoria da República.
Quanto ao ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, o Ministério das Relações Exteriores e da Cooperação Internacional comunicou que, perante as autoridades italianas, não houve resultado positivo quanto ao pedido de reconhecimento da cidadania italiana feito pelo próprio.
Seus filhos Flavio, Eduardo e Carlos, por outro lado, avançaram com o respectivo procedimento junto à Embaixada da Itália no Brasil, e obtiveram êxito no processo de reconhecimento da cidadania italiana: Flavio e Eduardo em 2023, e Carlos em 2024.
O Deputado Interrogante faz referência ao caso relacionado à deputada brasileira, de dupla nacionalidade ítalo-brasileira, Carla Zambelli Salgado, eleita em 2022 pelo partido “PL-SP”.
Após sua eleição, a deputada foi declarada inelegível por oito anos pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, com a anulação do seu mandato, e condenada pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil a dez anos de reclusão.
Posteriormente, em 25 de maio, a Sra. Zambelli teria deixado o Brasil com destino a Miami e, posteriormente, à Itália, tornando sua localização irretratável.
A esse respeito, após a verificação conduzida pelas Forças Policiais, foi constatado que a Sra. Carla Zambelli Salgado viajou de Miami e chegou a Roma no dia 5 de junho, às 11h40, com passaporte válido emitido pelas autoridades consulares italianas em São Paulo.
A verificação prévia feita por meio do sistema APL/PNR das listas de passageiros mostrou que o nome da Sra. Zambelli não constava em nenhum alerta nos bancos de dados nacionais e internacionais das Forças Policiais (SDI, S.I.S., Interpol).
A ausência de resultado positivo decorreu do fato de que o pedido de publicação, por parte das autoridades competentes brasileiras, de um Red Notice da INTERPOL, destinado a divulgar, a nível mundial, o pedido de prisão da deputada, foi efetuado posteriormente à chegada da mesma à Itália.
Do ponto de vista jurídico, o Ministério das Relações Exteriores esclareceu que o reconhecimento da cidadania italiana iure sanguinis, com base na legislação vigente, não prevê qualquer avaliação discricionária por parte da Administração competente, mas apenas a verificação de que os interessados atendem aos requisitos estabelecidos pelas normas aplicáveis.