Sindicanálcool comemora ampliação do percentual de etanol na gasolina
Fiema – O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou hoje (26/06) a ampliação de 27 para 30% de etanol anidro na gasolina e de 14 para 15% na mistura do biodiesel. De acordo com dados do governo federal, mais 3% de etanol na gasolina vai gerar um aumento na demanda de 1,5 bilhão de litros de etanol por ano, o que significa que o país deixará de importar 760 milhões de litros de gasolina no mesmo período. A medida, tomada no contexto do conflito no Oriente Médio, agradou o setor sucroenergético do Maranhão.
Com mais etanol adicionado à gasolina, 1,7 milhão de toneladas de gases de efeito estufa (GGE’s) deixa de ser emitida na atmosfera. O resultado equivale a retirar 720 mil veículos das ruas. Isso porque um veículo movido à gasolina emite em média 148 gramas de dióxido de carbono (CO2) por quilômetro rodado, enquanto os que utilizam a mistura atual de 27% de etanol anidro emitem 83g. Os dados são do Ranking de Veículos em Emissões de CO2 por km rodado. As mudanças realizadas com base na Lei do Combustível do Futuro (nº 14993/24) devem gerar ainda a redução de até R$ 0,11 por litro no preço da gasolina para o consumidor final e atrair R$ 200 bilhões em investimentos.
MATRIZ DE TRANSPORTE – O consumo de etanol pelos veículos flex no Brasil tem um impacto ambiental significativo, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em até 90% em comparação com a gasolina. Desde março de 2003 até dezembro de 2023, o uso de etanol hidratado e a mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina resultaram na redução de mais de 660 milhões de toneladas de CO2eq (dióxido de carbono equivalente). Essa quantidade corresponde às emissões totais da Alemanha, por exemplo. Para alcançar a mesma economia de CO2, seria necessário plantar mais de 5 bilhões de árvores nativas nos próximos 20 anos. Os dados são do Observatório da Cana.
Atualmente, o Maranhão produz cerca de 200 milhões de litros de etanol, com a expectativa de que ainda este ano a produção local aumente para 600 milhões de litros com o início das operações da Inpasa, em Balsas. As usinas locais são: Alternativa, em Tuntum; Itapecuru Bioenergia, em Aldeias Altas; Maity Bioenergia, em Campestre do Maranhão; e a Agro Serra, em São Raimundo das Mangabeiras.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Cana, Açúcar e Álcool do Maranhão e Pará (Sindicanálcool), que é filiado à Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA), Milton Campelo, disse que a medida agradou o setor sucroenergético: “a medida é estruturante para a economia brasileira ao mitigar impactos do ambiente internacional, instável na atualidade, e reduzindo a dependência externa e fortalecendo a soberania nacional.”
Campelo lembrou ainda que o Brasil está na vanguarda da descarbonização e que a decisão de ampliar o percentual de etanol na gasolina e no biodiesel faz parte do Programa Combustível do Futuro. Essa iniciativa objetiva posicionar o país na liderança para uma transição energética justa, equilibrada e inclusiva. O programa visa aliar ainda mais a agricultura ao setor de biocombustíveis, criando uma série de iniciativas de fomento à descarbonização, mobilidade sustentável e transição energética no Brasil.