VÍDEO – Eduardo Bolsonaro prega destruição da economia brasileira pelos EUA: “Estarei vingado”
Deputado licenciado confessa que articula retaliações ao Brasil por interesses pessoais, sem se importar com as consequências à população.
O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), pivô das tarifas de 50% aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, às exportações brasileiras, admitiu não se importar com as consequências que essa medida comercial possa causar à população do próprio país.
Em entrevista à CNN Brasil nesta sexta-feira (18), dia em que a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação contra seu pai, Jair Bolsonaro, o parlamentar de extrema direita afirmou que Trump não irá recuar nas tarifas impostas ao Brasil – uma forma de coagir o governo e o Judiciário brasileiros diante do julgamento do ex-presidente – e que, mesmo que a medida destrua a economia nacional, ele se sentirá “vingado”.
“Trump não vai recuar diante de Alexandre de Moraes. Perfeito, se houver o cenário de terra arrasada, pelo menos eu estarei vingado desses ditadores de toga”, disparou Eduardo Bolsonaro.
Veja vídeo:
Destruir o Brasil por puro capricho.
“Se houver cenário de terra arrasada [no Brasil], pelo menos eu estarei vingado.”
Essa frase escancara o que move Eduardo Bolsonaro: vingança pessoal acima do bem-estar do povo. Não é projeto político, é birra de herdeiro mimado que quer ver… pic.twitter.com/Tz9jF8FTx0
— Fernanda Melchionna (@fernandapsol) July 19, 2025
Ameaça golpista
Na mesma entrevista, Eduardo Bolsonaro afirmou que considera legítimos os contatos mantidos com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ainda disse que, caso o país não resolva o conflito comercial com os EUA, as eleições de 2026 não seriam realizadas.
A declaração se deu após uma pergunta relacionada ao aumento da popularidade do presidente Lula após os ataques promovidos por Trump contra o país. “Eu não estou preocupado com eleição”, começou sua resposta. “Se o Brasil não resolver nos próximos meses ou próximas semanas essa crise institucional, não haverá eleição em 2026.”
“Então, por que eu me preocuparia com popularidade? Eu não estou preocupado com popularidade. É 100% vitória ou 100% derrota. E eu tenho certeza, se nós sairmos vitoriosos, creio, tenho fé em Deus, que sairemos, a gente recupera essa popularidade em um ou dois dias”, previu.
Invasão dos EUA ao Brasil
Eduardo Bolsonaro defendeu nesta quinta-feira (17) que os Estados Unidos promovam uma invasão militar ao Brasil.
A declaração, divulgada em vídeo através das redes sociais, vem na esteira da crise gerada a partir das tarifas de 50% impostas pelo presidente Donald Trump aos produtos brasileiros exportados para os EUA. Anunciadas nas últimas semanas, as tarifas anunciadas por Trump têm como objetivo intimidar o governo e o judiciário brasileiro diante do julgamento e iminente prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. O governo Lula não se intimidou, anunciou que responderia a Trump com a Lei da Reciprocidade e tem adotado uma postura de defesa da soberania nacional.
Responsável por articular junto ao governo Trump as retaliações ao Brasil, Eduardo Bolsonaro, que desde o início do ano está vivendo nos EUA para conspirar contra o seu próprio país e livrar o pai da cadeia, não só comemorou as tarifas, como disse ainda que, em reunião com autoridades na Casa Branca, foram discutidas sanções ainda mais severas contra o Brasil.
O filho de Jair Bolsonaro, no entanto, ainda não está satisfeito. Ele defende que as retaliações dos EUA ultrapassem a questão econômica e adentrem à seara bélica, pregando uma ação militar das Forças Armadas estadunidenses no Brasil. A declaração em questão se deu em um vídeo no qual ironizava a tentativa do governo Lula de negociar, através de um comitê coordenado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, a questão tarifária.
Obviamente, não há como um porta-aviões chegar no Lago Paranoá, que fica em Brasília, cidade que não tem acesso ao mar. A fala de Eduardo Bolsonaro, contudo, é uma defesa clara, utilizando figura de linguagem, de uma ação militar dos EUA no Brasil.