Governo Trump diz que Maduro não é presidente em levante por petróleo da Venezuela
Revista Fórum – Secretário de Estado, Marco Rubio voltar a acusar Maduro de ser líder do narcotráfico após anúncio de que Chevron voltaria a explorar petróleo. Ataque acontece após EUA revelarem interesse em terras raras no Brasil.
O governo Donald Trump, por meio do Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, abriu neste domingo (27) mais uma frente de batalha em torno das riquezas minerais da América do Sul após revelar a cobiça pelas chamadas “terras raras”, conjunto de minerais essenciais para a transição energética, do Brasil.
Em publicação na rede X, Rubio afirmou que Nicolás Maduro “NÃO” é presidente da Venezuela, em letras garrafais, e voltou a acusar o mandatário de ser líder de um grupo de tráfico internacional de drogas.
“Maduro NÃO é o presidente da Venezuela e seu regime NÃO é o governo legítimo. Maduro é o chefe do Cartel de Los Soles, uma organização narcoterrorista que tomou posse de um país. E ele está sendo indiciado por tráfico de drogas para os Estados Unidos”, escreveu.
Em um comunicado à imprensa intitulado “ao lado do povo venezuelano: um ano após mais uma eleição fraudulenta”, o secretário de Estado de Trump acusou “Maduro e seus comparsas manipularam o sistema eleitoral venezuelano para manter seu controle ilegítimo do poder”, à semelhança do que Trump aponta no Brasil para defender Jair Bolsonaro (PL), que tentou um golpe de Estado acusando fraude nas urnas eletrônicas.
“Aqueles que fraudam eleições e usam a força para tomar o poder minam os interesses de segurança nacional dos Estados Unidos”, diz o comunicado.
O comunicado ainda reitera as denúncias infundadas de que Maduro seria “líder da organização narcoterrorista Cartel de Los Soles e é responsável pelo tráfico de drogas para os Estados Unidos e a Europa”.
“Maduro, atualmente indiciado por nossa nação, corrompeu as instituições venezuelanas para auxiliar o esquema criminoso de narcotráfico do cartel para os Estados Unidos”, diz o texto.
Petróleo
O anúncio acontece dois dias após Maduro revelar, em entrevista á Telesur, que a transnacional Chevron teria informado à vice-presidente, Delcy Rodriguez, que teria recebido aval do governo dos EUA para retomar a exploração de petróleo na Venezuela – que está sob sanção de Trump.
“Sempre insistiremos, independentemente de quem esteja na Casa Branca, em conversar, compreender e seguir em frente. Cada um como é e com o que é, e espero que, ao longo do caminho, possamos corrigir muitas coisas que foram distorcidas por dois séculos”, disse Maduro sobre a relação com os EUA, que não confirmaram o aval dado à transnacional do petróleo.
Na entrevista, Maduro também falou sobre a parceria estratégica de alto nível com a China “que já foi aprovada na prática”. O presidente venezuelano revelou que, além da abertura comercial, negocia com o governo chinês uma aliança tecnológica para desenvolvimento de inteligência artificial “soberana, autônoma e específica para a Venezuela” – em afronta às big techs, outra frente de batalha de Trump.
Um dia antes, o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, revelou o real interesse da guerra comercial de Trump com Lula: o acesso às chamadas terras raras no Brasil.
A Venezuela abriga as maiores reservas de petróleo do mundo, estimadas em 300 bilhões de barris – o Brasil ocupa a 15ª posição, com com 16,2 bilhões de barris, o que representa aproximadamente 1% das reservas globais?.
Já em relação às terras raras, o Brasil só fica atrás da China. Em 2025, o relatório U.S. Mineral Commodity Summaries, do Serviço Geológico dos EUA (USGS), apontou China e Brasil nos primeiros lugares em reservas de terras raras no mundo.
A China, em primeiro lugar, concentraria até 49% das reservas globais de ETRs (cerca de 44 milhões de toneladas), e o Brasil, 23% — o segundo lugar mundial —, com cerca de 21 milhões de toneladas. Atualmente, cerca de 70% das exportações minerais brasileiras vão em direção ao mercado chinês.