Braide, Orleans e Camarão são indicações dos partidos
Por Raimundo Borges
O Imparcial – Dentre os quatro atuais pré-candidatos ao governo do Maranhão em 2026, Orleans Brandão, do MDB, é o único que tem o apoio da direção nacional do partido, do governador do Estado, de uma bancada que bate cabeça na Assembleia Legislativa e se sustenta nos municípios com dezenas de prefeitos e centenas de vereadores.
Já o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), que lidera as pesquisas sem nunca assumir a pré-candidatura, também teve o nome lançado duas vezes pelo presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, mas sem contar com a estrutura política de seu principal concorrente até agora.
O petista Felipe Camarão é vice-governador, tem o apoio da cúpula do PT, inclusive do presidente Lula, e da bancada de oposição na Alema. Na segunda-feira, 11/8, o voo São Luís–Brasília foi lotado de políticos do mesmo grupo da última década, mas que hoje estão em pé de guerra no Maranhão. Estavam Marcus Brandão, Orleans Brandão (MDB), Márcio Jerry (PCdoB), Iracema Vale (PSB), dentre vários outros.
Parte deles não foi passear na capital federal, mas presenciar o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, oficializar o apoio à pré-candidatura do secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão, à sucessão do tio Carlos Brandão no Palácio dos Leões.
Com esse movimento dentro do MDB, Carlos Brandão, Iracema Vale e uma leva de deputados e prefeitos podem estar preparando o caminho para ingressar no partido que Marcus Brandão (pai de Orleans) recebeu, em 2023, da deputada federal Roseana Sarney.
Como o PSB maranhense foi retirado do controle de Carlos Brandão e entregue à senadora Ana Paula Lobato, mulher do principal adversário do governo, é mais do que previsível que todo o grupo brandonista encontre agasalho confortável no MDB. Poderia ser o PDT, mas o senador Weverton Rocha mantém o controle total da legenda no Maranhão e no âmbito nacional. Além do mais, o perfil esquerdista do PDT não se encaixa no de Brandão.
Vale destacar que 2025 não é ano eleitoral e a migração entre legendas fica mais complicada, conforme a Lei dos Partidos Políticos. O calendário eleitoral não prevê período de janela partidária em 2025. Fora desse espaço temporal, as situações que permitem a mudança de partido com justa causa são: desvio do programa partidário ou grave discriminação pessoal.
Para as eleições de 2026, a janela partidária para deputados federais e estaduais ocorrerá entre 6 de março e 5 de abril daquele ano. A janela só alcança a eleição proporcional porque o mandato pertence ao eleito e ao partido, pois a ocupação das cadeiras se dá por meio do quociente eleitoral, contado na base do voto de legenda.
Quanto aos quatro pré-candidatos a governador do Maranhão melhor posicionados nas pesquisas, apenas Eduardo Braide e Felipe Camarão estão no exercício do mandato eletivo, enquanto os demais – Orleans Brandão e Lahesio Bonfim – não têm problemas de natureza partidária.
Orleans está filiado ao MDB, presidido no Maranhão pelo pai Marcus; Lahesio é filiado ao Novo, que, no entanto, até agora não se manifestou oficialmente sobre sua candidatura majoritária. O presidente regional, Leonardo Arruda, e o deputado estadual Wellington do Curso vêm realizando encontros no interior com Lahesio, mas falta uma palavra oficial do presidente nacional da legenda, Leonardo Ribeiro.
Pelo rumo que a roda gira na política maranhense, o partido mais provável e previsível para receber o grupo liderado por Carlos Brandão é o MDB. Trata-se de uma legenda de história complexa e ideologia que transita pelo centro.
Originalmente, nasceu como o partido de oposição à ditadura militar no bipartidarismo e acabou “ocupado” por diversas tendências políticas contrárias ao regime, incluindo do centro-esquerda ao centro-direita, mas sempre com o foco na defesa da democracia. Hoje, o MDB no Congresso se mistura com o Centrão, sem uma posição ideológica clara sobre as questões mais polêmicas que estão em evidência nesse período complexo e turbulento da vida brasileira.