Embaixada dos EUA ameaça Dino, bancos e chama Moraes de “tóxico”
Revista Fórum – Representação diplomática subiu ainda mais o tom, usou linguagem agressiva e descabida e passou a lançar intimidações contra “pessoas e entidades fora da jurisdição americana”.
A embaixada dos EUA no Brasil lançou há pouco ameaças contra o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, embora sem citá-lo, estendendo ainda as intimidações aos bancos brasileiros. De quebra, a representação diplomática ainda atacou o também ministro Alexandre de Moraes, o chamando de “tóxico”.
“Alexandre de Moraes é tóxico para todas as empresas legítimas e indivíduos que buscam acesso aos Estados Unidos e seus mercados. Nenhum tribunal estrangeiro pode anular as sanções impostas pelos EUA ou proteger alguém das severas consequências de descumpri-las. Pessoas e entidades sob jurisdição dos EUA estão proibidas de manter qualquer relação comercial com ele. Já aquelas pessoas e entidades fora da jurisdição americana devem agir com máxima cautela: quem oferecer apoio material a violadores de direitos humanos também pode ser alvo de sanções”, escreveu a embaixada localizada em Brasília, num texto em português, numa óbvia alusão a Dino e às instituições financeiras brasileiras.
Alexandre de Moraes é tóxico para todas as empresas legítimas e indivíduos que buscam acesso aos Estados Unidos e seus mercados. Nenhum tribunal estrangeiro pode anular as sanções impostas pelos EUA ou proteger alguém das severas consequências de descumpri-las.
Pessoas e… https://t.co/U9JscA1rjE
— Embaixada EUA Brasil (@EmbaixadaEUA) August 18, 2025
A ofensiva contra os magistrados da mais alta instância judicial do Brasil vem a reboque das ações hostis ordenadas pelo presidente norte-americano Donald Trump contra o país, na tentativa de interferir ou suspender o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está prestes a ser condenado a décadas de prisão no STF por tentar dar um golpe de Estado. O antigo ocupante do Palácio do Planalto é aliado submisso e subalterno de primeira ordem do atual chefe da Casa Branca.
O ataque contra Flávio Dino, em específico, ocorre como uma reação a um despacho do ministro realizado nesta segunda-feira (18) que ordenou à instituições financeiras nacionais que ignorem as sanções econômicas impostas por Washington a Moraes, que foi colocado recentemente na mira da famigerada Lei Magnitsky.
“Tendo em vista os riscos e possibilidades de operações, transações e imposições indevidas envolvendo o Sistema Financeiro Nacional, determino a ciência do Banco Central; da Federação Brasileira de Bancos (Febraban); da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF) e da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg). Transações, operações, cancelamentos de contratos, bloqueios de ativos, transferências para o exterior (ou oriundas do exterior) por determinação de Estado estrangeiro, em desacordo aos postulados dessa decisão, dependem de expressa autorização desta Corte”, determina Dino em documento o ministro.