25 de agosto de 2025
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Eduardo Bolsonaro ameaça Dino e revela elo com assessor de Trump que cancelou reunião com Haddad

Revista Fórum – Revelação foi feita em entrevista a Steve Bannon. Filho de Bolsonaro ainda compartilhou publicação do cúmplice, Paulo Figueiredo, ameaçando João Doria por convidar Moraes a palestrar em evento do grupo Lide.

Em entrevista a Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump e articulador d’O Movimento – a internacional neofascista -, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez ameaça velada ao ministro Flávio Dino que deu uma sentença que anula os efeitos da Lei Magnitsky no Brasil, suspendendo a sanção contra o colega de Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes..

Ao ser indagado por Bannon dos próximos passos da conspiração articulada nos EUA com assessores de Trump, Eduardo afirmou que Dino deve ser o próximo a ser sancionado.

“A imprensa brasileira está dizendo que os bancos não estão aplicando corretamente o Global Magnitsky Act, o que significa que Alexandre de Moraes é sancionado mas ainda mantém contas bancárias no Brasil. Então esta é a primeira pergunta que fizemos para o secretário Scott Bessent [secretário do Tesouro dos EUA] para informou ou fazer cumprir adequadamente a Lei Global Magnitsky contra Alexandre de Moraes”, disse Eduardo, revelando que se reuniu com Bessent, assessor de Trump que cancelou recentemente uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tratar das sanções ao Brasil.
“E agora tenho outro juiz no Supremo Tribunal Federal apoiando Alexandre de Moraes e ele também pode ser sancionado”, emendou, mirando Dino. “A Lei Magnistsky diz que não importa quem trabalha em apoio ao sancionado, essa pessoa também será sancionada. Então, estamos aumentando a pressão para realizar com a carta de Trump a Lula, que no primeiro parágrafo fala sobre o ativismo judicial e a perseguição contra Jair Bolsonaro, meu pai, e minha família”.

Em entrevista à Globonews no início de agosto, Haddad afirmou que teve uma reunião com o secretário do Tesouro dos EUA cancelada por ação de Eduardo. “Eduardo publicamente deu uma entrevista [dizendo] que ia procurar inibir esse tipo de contato entre os dois governos. E, depois disso, aconteceu o episódio [do cancelamento da reunião]. Depois da entrevista dele, de que agiria contra os interesses do país, não há como não relacionar uma coisa à outra. Não há coincidência nesse tipo de coisa”.

Após a denúncia de Haddad, Eduardo chegou a alegar que não interferiu no cancelamento. Mas dias depois publicou uma foto ao lado de Bessent dizendo que se reuniu com o assessor de Trump no dia 13 de agosto, quando estava prevista a conversa com Haddad.

Doria entra na lista

Eduardo ainda compartilhou uma outra ameaça nas redes, feita pelo cúmplice Paulo Figueiredo, contra o ex-governador paulista e lobista do grupo Lide, João Doria Jr., que na última semana convidou os ministros André Mendonça e Alexandre de Moraes, do STF, para um evento no Rio de Janeiro.

No seu discurso, o “terrivelmente evangélico” Mendonça, alçado à corte por Jair Bolsonaro, fez eco à narrativa de “ativismo judicial” para atacar o colega de corte.

Moraes, por sua vez, não deixou barato e, discursando mais tarde, destruiu os argumentos de Mendonça.

“Somente nas autocracias o autocrata pode querer exercer sua liberdade sem limites e não ser responsabilizado. E por que isso? Nessas autocracias, sob o falso lema de que deve haver compreensão de determinados setores, como imprensa e Judiciário, acabou-se com a liberdade de imprensa e foram afastados milhares de juízes, sob o falso argumento de que eles precisam se autoconter. Isso é coisa de autocrata. Isso é coisa de ditador”, afirmou Moraes, que foi apoiado por Dino.

Neste domingo, na rede X, o neto do ditador João Baptista Figueiredo ameaçou Doria dizendo que “se o LIDE insiste em ter Moraes como palestrante em evento global, fiquem certos: vamos denunciar formalmente às autoridades americanas essas violações”.

Segundo Figueiredo, o grupo lobista de Doria mantém subsidiárias nos EUA e poderia ser punido pela lei estadunidense. “Sendo assim, não pode oferecer palco, serviços ou qualquer benefício a Alexandre de Moraes, já que ele está sob sanções da Global Magnitsky Act”.

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