Quem é o influenciador que fez Bolsonaro ser condenado por racismo
DCM – Maicon Sulivan (25) influencer bolsonarista que fez o ex-presidente Jair Bolsonaro ser condenado por racismo nesta terça (16), é natural de Minas Gerais e morador de Mato Grosso do Sul. Ele ficou conhecido por se autointitular “Black Power do Bolsonaro”.
Missionário ligado à Igreja Batista Lagoinha, dos pastores André e Ana Paula Valadão, ele se apresenta como cristão conservador, armamentista e “antimimimi”. O cabelo crespo, no estilo black power, tornou-se sua marca, mas também alvo de piadas feitas pelo próprio Bolsonaro.
Mesmo morando em outro estado, Maicon tornou-se frequentador assíduo do cercadinho do Palácio da Alvorada, em Brasília, onde Bolsonaro recebia apoiadores diariamente durante sua gestão. Nessas ocasiões, o então presidente fez comentários jocosos sobre o cabelo do jovem, citando “baratas” e “piolhos”.
As piadas continuaram em diferentes momentos, incluindo uma ocasião em que Bolsonaro afirmou que o missionário não poderia tomar ivermectina porque “iria matar todos os seus piolhos”. Apesar da denúncia, que gerou a condenação de Bolsonaro, Maicon afirmou que tinha intimidade com o ex-presidente para esse tipo de brincadeira e que não é um “negro vitimista”.
Na mesma semana em que as declarações repercutiram, Sulivan foi convidado para participar da live semanal de Bolsonaro.
Com mais de 260 mil seguidores no Instagram, Maicon utiliza as redes para apoiar pautas defendidas pelo bolsonarismo, como liberação de armas de fogo, voto impresso, intervenção militar e ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante a gestão do ex-presidente, em 2021, ele chegou a sugerir que fazendeiros matem a tiros trabalhadores sem-terra. Na ocasião, ele afirmou que o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra) estaria planejando “invadir fazendas” e afirmou: “Proprietários, vocês já sabem como resolver isso, né?”, acompanhado de emojis de uma arma e uma bala.
Além da aproximação com Bolsonaro, Sulivan passou a frequentar eventos no Palácio do Planalto, onde relatou dar liberdade para que outras autoridades também fizessem piadas com seu cabelo. Aliados do ex-presidente usavam Sulivan para tentar passar uma imagem de diversidade dentro da base bolsonarista.
O influenciador também se engajou na divulgação da produtora conservadora Brasil Paralelo, produtora de extrema-direita que espalha fake news.
Após a condenação do ex-presidente nesta terça, o influenciador publicou um vídeo reclamando da punição e alegou que Bolsonaro estaria sendo “perseguido”. “Vou defender ele até o fim. Não houve racismo”, afirmou.
Ele ainda justificou que sofre racismo na internet, fez denúncias e que as autoridades jamais deram prosseguimento às queixas. “Racismo é quando alguém me ofende, quando alguém não me conhece e vem me ofender praticando falas racistas comigo. Não foi o que o presidente Bolsonaro fez. Ele brincou, assim como qualquer um da minha família, assim como meus amigos brincam”, prosseguiu.
Maicon ainda afirmou que vai ajudar a defesa de Bolsonaro no caso. Veja:
Querem me usar para condenar o Bolsonaro por r@cism0? Não vai rolar, desistam!
A defesa de @jairbolsonaro podem contar comigo até que ele seja absolvido NOVAMENTE! pic.twitter.com/xs4NpVLl2c— Maicon Sulivan (@maiconsulivanbr) September 16, 2025