26 de setembro de 2025
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“Heróico”: Gilmar Mendes se emociona, cita golpe e exalta atuação de Moraes

DCM – O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), se emocionou nesta quinta-feira (25) durante a despedida de Luís Roberto Barroso da presidência da Corte. Em discurso, ele citou o julgamento da tentativa de golpe de Estado e classificou como “heróico” o papel do ministro Alexandre de Moraes na condução dos processos.

A fala ocorreu após Barroso encerrar sua gestão à frente do Supremo com um discurso de defesa da democracia. Ele afirmou que o STF cumpriu seu papel de preservar o Estado de Direito, mesmo diante do “custo pessoal” para os ministros, em meio a ataques e pressões. Barroso foi aplaudido de pé pelos colegas.

Mendes ressaltou a relevância histórica do julgamento que condenou Jair Bolsonaro e aliados pela intentona golpista. Segundo ele, foi a primeira vez que um chefe de Estado, junto a militares de alta patente, foi responsabilizado no Brasil por golpe ou tentativa de golpe de Estado.

O decano destacou ainda que o período da gestão Barroso foi um dos mais complexos da história recente do STF. Ele afirmou que o tribunal resistiu ao “maior assalto” que já sofreu, mantendo firmeza e equilíbrio.

Em seu pronunciamento, Gilmar exaltou Moraes, relator das ações penais contra os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro. “Sem exagero, diria que foi quase ou verdadeiramente heróico o papel desempenhado pelo ministro Alexandre de Moraes”, afirmou, recebendo agradecimentos do colega.

A sessão também marcou a transição do comando do Supremo. A partir da próxima segunda-feira (29), Edson Fachin assume a presidência da Corte pelo período de dois anos.

Durante a despedida, Gilmar também elogiou a relação construída com Barroso, destacando laços de amizade entre os gabinetes. O gesto simbolizou a aproximação entre os dois ministros, que já haviam protagonizado embates duros no passado, especialmente durante a Lava Jato.

Barroso deixa a presidência após dois anos no cargo, período em que o STF acelerou julgamentos de réus do 8 de janeiro e tomou decisões emblemáticas sobre temas como descriminalização do porte de maconha e regulação das redes sociais.

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