26 de setembro de 2025
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Embaixadora britânica conta como teve a vida salva pelo SUS

Revista Fórum – A embaixadora britânica no Brasil, Stephanie Al-Qaq, 49 anos, sobreviveu a um quadro grave de hepatite fulminante após receber um transplante de fígado realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O procedimento aconteceu oito meses atrás, depois de complicações decorrentes de uma dengue contraída no fim de 2024, durante uma viagem em família.

“Dizem que o fígado é parte da alma. Eu considero ter uma alma brasileira agora”, disse ela. O quadro se agravou em menos de 72 horas, quando os médicos confirmaram a falência do órgão. Internada em Brasília, Al-Qaq foi colocada em hemodiálise contínua para filtrar toxinas do sangue e evitar a morte iminente por encefalopatia hepática.

Pela gravidade, ela entrou como prioridade nacional na lista de transplantes. Enquanto aguardava um doador, os médicos chegaram a oferecer a transferência para o Reino Unido. A diplomata, no entanto, optou por permanecer no Brasil, onde vive há anos com o marido.

Em 5 dias surgiu um fígado compatível a poucos quilômetros de distância. A cirurgia, realizada em Brasília com o apoio do cirurgião peruano Hector Vilca-Melendez, referência mundial em transplantes, foi concluída em seis horas com êxito total.

A embaixadora britânica Stephanie Al-Qaq durante cerimônia oficial. Foto: Divulgação

Al-Qaq destacou a competência das equipes médicas do SUS, comparando a experiência brasileira com a do sistema britânico, o NHS. “Os dois têm problemas, porque são públicos. Mas brasileiros e britânicos podem ser fiéis aos seus sistemas, porque não existem em outros lugares. Um atendimento para qualquer pessoa, sem depender de recursos”, afirmou.

O caso da embaixadora também abriu espaço para cooperação internacional. O modelo de agentes comunitários de saúde do SUS está sendo testado em Londres em um projeto piloto. Em um ano, o programa já apresentou resultados, como aumento de 47% na cobertura vacinal e redução de 7% nas consultas não agendadas.

Al-Qaq fez questão de destacar a importância da doação de órgãos. “Sempre vou ficar muito grata a quem me deu uma segunda chance de vida. É fundamental falar sobre doação com a família. A pessoa continua vivendo em você”, afirmou, emocionada.

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