7 de outubro de 2025
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Lula fica entre Felipe Camarão e Carlos Brandão em Imperatriz

Por Raimundo Borges

O Imparcial – Na política, com seus prazos e datas definidas no calendário eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o tempo é o senhor absoluto da razão — ou do embaraço. Ainda faltam quase 180 dias para 2 de abril, data em que Carlos Brandão (ainda no PSB) deve reunir os partidos da base aliada e anunciar que ficará no governo até 31 de janeiro de 2026.

O objetivo é lutar para fazer de Orleans Brandão (MDB), seu sobrinho, o sucessor. Até lá, muita maré vai encher e vazar debaixo da Ponte José Sarney, em São Luís. Os acordos, compromissos, adesões e rupturas farão parte do jogo nesse período. Nos bastidores do espetáculo eleitoral, os detalhes do papel de cada ator político ainda estão longe do arremate final.

Assim como o Brasil aparenta estar dividido entre bolsonarismo e lulismo, no Maranhão a dicotomia que se desenha, a 13 meses das eleições, é entre dinismo e brandonismo. Porém, o universo dos mais de 50% de “invisíveis” é uma incógnita — nem é dimensionado nas pesquisas.

No Maranhão, fala-se em brandonismo e dinismo, mas falta quantificar o tamanho desses dois segmentos do eleitorado. As pesquisas apontam a liderança de Eduardo Braide (PSD), seguido por Orleans Brandão (MDB), mas é muito vago definir o comportamento dos eleitores que fingem apoiar certos candidatos, mas depois trocam de posição.

Nesta segunda-feira (06/10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou a cidade de Imperatriz para entregar 2,8 mil residências do programa Minha Casa, Minha Vida. Se aquela antiga conta de quatro pessoas por família no Brasil ainda estiver valendo, serão 11,2 mil pessoas que receberam a chave da moradia a preço de banana na prestação.

Lula levou para o palanque oficial Carlos Brandão e Orleans, de um lado, e, de outro, o petista Felipe Camarão — portanto, dois pré-candidatos a governador e um a presidente. Sem falar no ministro dos Esportes, André Fufuca (PP), pré-candidato ao Senado, e nos senadores Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PSD). Lula concedeu entrevista exclusiva a O Imparcial, mas não quis comentar a situação embaraçosa da política maranhense.

Fufuca gosta do governo, o presidente Lula aprecia seu trabalho e precisa do apoio do PP dentro do Congresso. Se deixar a Esplanada, a pré-candidatura de Fufuca ao Senado pode se dissolver em pouco tempo, numa conjuntura tão tumultuada quanto está a política nacional e a estadual do Maranhão.

Além de entregar casas, Lula lançou a construção de uma Arena Brasil, obra do Novo PAC Seleções, do ministério comandado por Fufuca. Inegavelmente, o governo federal tem dado atenção especial à gestão de Brandão, muito mais do que nos mandatos anteriores, quando construiu no Maranhão um de seus principais redutos eleitorais.

O presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, está no olho do furacão da crise interna da direita, repartida entre apoiar pelo menos quatro governadores do espectro bolsonarista. Ao decidir, por conta e risco, apoiar Tarcísio de Freitas (SP), Nogueira excluiu o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, a quem chamou de “inviável” ao Planalto.

Em resposta, Caiado rebateu, atacando-o: “A ansiedade de Ciro Nogueira em se colocar como candidato a vice-presidente do governador Tarcísio é vergonhosa, e algo tão gritante que ele já se coloca como porta-voz de Bolsonaro — o que ele não é”.

Por sua vez, o presidente Lula, na entrevista exclusiva a O Imparcial, preferiu não comentar a situação política do Maranhão, certamente por não ter ainda tido a oportunidade de conversar com Brandão sobre as eleições de 2026. Optou por falar das ações do governo federal no Estado, que pretende visitar em breve para acompanhar o andamento de suas realizações — que não são poucas.

“Estamos enfrentando e diminuindo a raiz de todas as divisões: a desigualdade social, que faz uns poucos acumularem muita renda, enquanto muita gente fica sem oportunidades ou mal consegue garantir a alimentação básica para sua família”, disse.

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