13 de outubro de 2025
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Lula propõe imposto global sobre 2% dos ricaços para acabar com a fome e cita exemplo do Brasil

Revista Fórum – Lula ainda mandou recado para Trump ao dizer que “a fome é irmã da guerra, seja ela travada com armas e bombas ou com tarifas e subsídios”.

Em discurso nesta segunda-feira (13) na abertura do Fórum Mundial da Alimentação, evento promovido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em Roma, Lula propôs a criação de imposto global sobre a fortuna de 2% dos super ricos para que toda a população do planeta tenha condições de se alimentar ao menos 3 vezes por dia.

“Hoje, o mundo produz comida suficiente para alimentar uma vez e meia a população mundial. Ainda assim, 673 milhões de pessoas, segundo a FAO, estão em situação de insegurança alimentar. Com base em dados do Programa Mundial de Alimentos, é possível estimar que garantir três refeições diárias a essas pessoas custaria cerca de 315 milhões de dólares. Isso representa 12% dos 2 trilhões de 700 milhões de dólares consumidos anualmente com gastos em armas. Estabelecendo o imposto global de 2% sobre os ativos de super-ricos obteríamos esse montante”, propôs Lula.

Em seguida, Lula alfinetou o presidente dos EUA, Donald Trump, que, antes de anunciar o “acordo de paz” na Faixa de Gaza no parlamento sionista de Israel, falou em fornecer mísseis Tomahawk para a Ucrânia usar contra a Rússia.

“A fome é irmã da guerra, seja ela travada com armas e bombas ou com tarifas e subsídios”, disse, mirando a guerra tarifária de Trump.

“Conflitos armados, além do sofrimento humano e da destruição da infraestrutura, desorganizam cadeias de insumos e alimentos. Barreiras e políticas protecionistas de países ricos desestruturam a produção agrícola no mundo em desenvolvimento. Da tragédia em Gaza à paralisia da Organização Mundial do Comércio, a fome tornou-se sintoma do abandono das regras e instituições multilaterais”, emendou o presidente brasileiro.

Lula ainda lembrou que projetos brasileiros, como o Fome Zero, serviram de “inspiração para o segundo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável” e que é  “preciso colocar os pobres no orçamento e transformar esse objetivo em política de Estado”, citando a isenção do Imposto de Renda e a compensação com a taxação de ricaços, aprovados recentemente no Brasil, como exemplo.

“No Brasil, nós acabamos de aprovar uma lei que nenhum trabalhador que ganha até R$ 5 mil, o equivalente a mil dólares, pagará mais imposto de renda no Brasil. E aprovamos, ao mesmo tempo, [imposto] que todas as pessoas que ganham acima de R$ 1 milhão por ano irão pagar um pouco mais, para que a gente possa tirar o imposto das pessoas mais pobres”, afirmou.

“É preciso que cada governante assuma responsabilidade na hora de fazer o orçamento do seu país, na hora de discutir quanto vai para as Forças Armadas, na hora de discutir o quanto vai para a diplomacia, na hora de discutir o quanto vai fazer de intervenção para os empresários, que benefícios vai fazer. É importante lembrar que os pobres não são invisíveis e é preciso enxergá-los, porque eles um dia nos enxergarão e aí a gente vai pagar o preço da irresponsabilidade do não cuidar dos pobres em igualdade de condições como se cuida do rico”.

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