Rodrigo Paz, de centro-direita, é eleito presidente da Bolívia
Revista Fórum – O Movimento ao Socialismo, partido de Evo Morales, ficou fora do segundo turno.
O candidato de centro-direita Rodrigo Paz foi eleito presidente da Bolívia neste domingo (19). Com mais de 90% das urnas apuradas, ele obteve 54,5% dos votos, contra 45,5% de Jorge Quiroga, representante da extrema direita.
A vitória de Rodrigo Paz interrompe o ciclo de governos do Movimento ao Socialismo (MAS), historicamente liderado por Evo Morales, que foi eleito três vezes presidente e, em seu último mandato, foi vítima de um golpe de Estado.
Em 2020, o MAS voltou ao poder com a candidatura de Luis Arce, que havia sido ministro das Finanças nos governos de Evo Morales. Porém, os dois romperam e iniciaram uma guerra fratricida que enfraqueceu a esquerda boliviana, deixando-a de fora do segundo turno presidencial.
O novo presidente da Bolívia defende ajustes nos gastos públicos, mas não de maneira drástica, como propunha seu adversário. Durante a disputa eleitoral, Rodrigo Paz defendeu o corte de gastos desnecessários e o investimento em infraestrutura, acreditando que, assim, os programas sociais não sofrerão cortes.
Liberal e de centro-direita, Rodrigo Paz apoia ajustes na máquina pública e a flexibilização da exploração de recursos naturais no país. Um dos slogans de sua campanha foi “capitalismo para todos”.
Quem é Rodrigo Paz
Formado em Administração e com trajetória política iniciada no departamento de Tarija, Paz construiu sua carreira em diferentes cargos públicos. Foi deputado em duas legislaturas, presidiu o Conselho Municipal de Tarija entre 2010 e 2015 e, em seguida, comandou a prefeitura da cidade até 2020. Mais recentemente, exerceu o cargo de senador, o que o projetou nacionalmente como um político moderado, defensor da descentralização e da eficiência administrativa.
Durante a campanha presidencial, Rodrigo Paz defendeu o que chamou de “capitalismo para todos”, uma proposta de crescimento econômico com inclusão social. Entre suas principais bandeiras estão a descentralização dos recursos públicos, o fortalecimento das pequenas e médias empresas e o investimento em infraestrutura. Apesar de propor ajustes fiscais e revisão de subsídios, o novo presidente garantiu que os programas sociais seriam preservados, adotando um discurso equilibrado entre responsabilidade econômica e proteção social.
A vitória de Paz representa uma virada histórica para a Bolívia, marcada pelo desgaste da esquerda e pela busca de estabilidade econômica. Seu principal desafio, agora, será governar sem maioria no Congresso, conciliando forças políticas diversas e administrando as expectativas de uma população que anseia por crescimento, geração de empregos e transparência. A promessa de um governo descentralizado e moderno coloca à prova a capacidade de Rodrigo Paz de inaugurar uma nova etapa política no país andino.