Zambelli, Eduardo e Brazão: Câmara gasta R$ 3,3 milhões para bancar afastados
DCM – A Câmara dos Deputados gastou R$ 3,3 milhões para bancar os gabinetes de três deputados que não exercem suas funções ativamente. Os casos envolvem Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carla Zambelli (PL-SP). Embora os três não compareçam ao Congresso, suas equipes de assessores continuam ativas, sendo mantidas com recursos públicos.
A maior parte do gasto foi com o gabinete de Brazão, que consumiu R$ 1,9 milhão, seguido de Eduardo Bolsonaro com R$ 900 mil e Carla Zambelli com R$ 300 mil. O primeiro, afastado por faltas excessivas e cassado em abril após um ano de prisão, manteve um gabinete com 24 funcionários, custando cerca de R$ 120 mil por mês, mesmo sem comparecer a nenhuma sessão.
Já Eduardo Bolsonaro está licenciado, morando no Estados Unidos desde marçoe se dedicando a articulações políticas, enquanto Carla Zambelli segue detida na Itália. Apesar de sua ausência, todos mantiveram suas equipes, gerando um vácuo nas regras que regulam os gabinetes dos parlamentares.
O caso gerou revolta entre alguns parlamentares. Alencar Santana (PT-SP), vice-líder do governo, apresentou um projeto para proibir deputados afastados de manterem gabinetes ativos.
Ele criticou o modelo de “deputado home office”, uma brecha nas regras que permite que o mandato continue funcionando mesmo sem a presença do titular no Brasil.
A proposta visa corrigir esse ponto e evitar gastos públicos desnecessários. Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara, descreveu a situação como “um escárnio” e pediu punições imediatas aos deputados envolvidos. Ele exigiu que os deputados fossem cassados, classificando o cenário como um “absurdo”.
Apesar da pressão, os processos disciplinares sobre os parlamentares afastados avançam lentamente. O Conselho de Ética ainda não concluiu a análise do caso de Eduardo, cujo relator sugeriu o arquivamento. A proposta de cassação de Zambelli também está paralisada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).