20 de outubro de 2025
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Zambelli, Eduardo e Brazão: Câmara gasta R$ 3,3 milhões para bancar afastados

DCM – A Câmara dos Deputados gastou R$ 3,3 milhões para bancar os gabinetes de três deputados que não exercem suas funções ativamente. Os casos envolvem Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carla Zambelli (PL-SP). Embora os três não compareçam ao Congresso, suas equipes de assessores continuam ativas, sendo mantidas com recursos públicos.

A maior parte do gasto foi com o gabinete de Brazão, que consumiu R$ 1,9 milhão, seguido de Eduardo Bolsonaro com R$ 900 mil e Carla Zambelli com R$ 300 mil. O primeiro, afastado por faltas excessivas e cassado em abril após um ano de prisão, manteve um gabinete com 24 funcionários, custando cerca de R$ 120 mil por mês, mesmo sem comparecer a nenhuma sessão.

Já Eduardo Bolsonaro está licenciado, morando no Estados Unidos desde marçoe se dedicando a articulações políticas, enquanto Carla Zambelli segue detida na Itália. Apesar de sua ausência, todos mantiveram suas equipes, gerando um vácuo nas regras que regulam os gabinetes dos parlamentares.

Chiquinho Brazão. Foto: Agência Câmara

O caso gerou revolta entre alguns parlamentares. Alencar Santana (PT-SP), vice-líder do governo, apresentou um projeto para proibir deputados afastados de manterem gabinetes ativos.

Ele criticou o modelo de “deputado home office”, uma brecha nas regras que permite que o mandato continue funcionando mesmo sem a presença do titular no Brasil.

A proposta visa corrigir esse ponto e evitar gastos públicos desnecessários. Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara, descreveu a situação como “um escárnio” e pediu punições imediatas aos deputados envolvidos.  Ele exigiu que os deputados fossem cassados, classificando o cenário como um “absurdo”.

Apesar da pressão, os processos disciplinares sobre os parlamentares afastados avançam lentamente. O Conselho de Ética ainda não concluiu a análise do caso de Eduardo, cujo relator sugeriu o arquivamento. A proposta de cassação de Zambelli também está paralisada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

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