Trump sinaliza reduzir tarifas “nas circunstâncias certas” e Lula fala em “otimismo”
Revista Fórum – A bordo do Air Force One, a caminho de Kuala Lumpur, Trump sinalizou que deve encontrar Lula, que já está na Malásia. “Vamos colocar na mesa os problemas e tentar encontrar uma solução”, disse o brasileiro.
A caminho de Kuala Lumpur, na Malásia, onde participa da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), o presidente dos EUA, Donald Trump, falou sobre a reunião com Lula, que deve ocorrer neste domingo (26), e sinalizou que pode reduzir as tarifas de até 50% aos produtos brasileiros que entram nos EUA.
Em conversa com jornalistas a bordo do Air Force One, na madrugada deste sábado (26), Trump foi indagado se encontrará Lula no país asiático.
“Acho que vamos nos encontrar, sim. Nós nos encontramos nas Nações Unidas brevemente”, respondeu, reclamando novamente de ter o teleprompter desligado durante seu discurso.
Em seguida, perguntado se estaria aberto a reduzir as tarifas ao Brasil, o presidente dos EUA, respondeu positivamente. “Sim, sob as circunstâncias certas, com certeza”, disse, sem detalhar quais seriam essas circunstâncias.
Hahahaha
Em Kuala Lumpur, Lula se encontrou com jornalistas e falou em “otimismo” ao ser perguntado sobre a declaração de Trump.
“Eu vim aqui e estou à disposição para que a gente possa encontrar uma solução”, afirmou sobre o encontro. Sobre as “circunstâncias”, Lula falou que “tudo dependa da conversa”. “Eu trabalho com otimismo, para que a gente possa encontrar uma solução”.
Lula ainda antecipou que “não tem exigência dele e não tem exigência minha ainda”. “Vamos colocar na mesa os problemas e tentar encontrar uma solução, então podem ficar certos que vai haver uma solução”, emendou.
“Sem assunto proibido”
No encerramento de sua visita oficial à Indonésia, nesta sexta-feira (24), Lula afirmou que o encontro com Trump será “livre, sem assunto proibido” e que o objetivo é “mostrar que houve equívoco nas taxações e recolocar a verdade na mesa”.
“Tenho todo interesse nessa reunião, mostrar que houve equívoco nas taxações, mostrar com números. Se não soubesse que há a possibilidade de acordo, eu não participaria dessa reunião”, disse Lula durante coletiva de imprensa em Jacarta.
O presidente voltou a enfatizar que está disposto a defender os interesses do Brasil e a restabelecer uma relação de respeito entre os dois países. Durante sua fala, Lula fez um apelo ao diálogo e à boa vontade como caminho para a superação de divergências históricas.
“Todo mundo sabe que eu dizia que, quando o presidente Trump quiser conversar, o Brasil está à disposição para sentar para negociar. Eu acho que nós estamos caminhando para mostrar que não há divergência que não possa ser dirimida quando duas pessoas com boa vontade se sentam numa mesa”, afirmou.
Lula destacou que pretende discutir “os equívocos nas taxações ao Brasil” e as punições aplicadas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), classificando essas medidas como injustificadas. “Eu quero provar isso com números”, disse. “Também quero discutir um pouco a punição que foi dada a ministros brasileiros da Suprema Corte, que não tem nenhuma explicação, nenhum entendimento”.
“Como eu acredito muito na negociação, como eu acredito muito na relação humana, eu quero voltar a uma relação civilizatória com os Estados Unidos, uma coisa que já temos há muito tempo — 201 anos, não há porque não continuar tendo essa relação”, declarou.
“Que ganhe o Brasil, que ganhe os Estados Unidos, mas sobretudo que ganhe o povo brasileiro e que ganhe o povo americano. Nós somos as duas maiores democracias do Ocidente. Nós temos que passar para a humanidade harmonia e não desavença”, afirmou.
