BASTIDORES | ORA PÍLULAS!
Encontro marcado (1)
Se não houver contratempo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador Carlos Brandão deverão se reunir hoje à tarde (31), em Brasília. Como a agenda está carregada de temas políticos, Brandão deve estar municiado de informações, pesquisas, argumentos e ações que vão definir o rumo das eleições de 2026 no Maranhão — inclusive a do próprio Lula.
Encontro marcado (2)
Brandão tem um candidato à sua sucessão: o secretário e sobrinho Orleans Brandão (MDB). Já Lula e o PT têm incentivado o vice-governador Felipe Camarão, abertamente apoiado pelo lado dinista do grupo que chegou ao poder em 2014. Hoje há uma divisão marcante entre as forças que apoiaram Lula em 2022, as quais dificilmente marcharão unidas em 2026. Portanto, a reunião desperta amplo interesse. É o acerto de ponteiros sobre o futuro político que já bate à porta da pré-campanha das próximas eleições.
Não saíram (1)
Vale lembrar que o confronto político, evidenciado por áudios e mensagens de texto que aprofundaram a crise entre brandonistas e dinistas, chegou a atingir a equipe de Brandão, que demitiu alguns apadrinhados de petistas e comunistas, mas deixou outra parte intocada. O secretário de Cidades, Robson Paz, ligado a Márcio Jerry (PCdoB), anunciou publicamente o pedido de demissão, mas, até agora, nada aconteceu.
Não saíram (2)
O secretário de Articulação Política, Rubens Pereira — cujo filho, o deputado federal Rubens Pereira Jr., é vice-presidente nacional do PT — chegou a ter a exoneração pedida pelo próprio filho, da tribuna da Câmara. Mesmo assim, Brandão não se comoveu. Com essa postura, o governador mostra que sabe muito mais do que seus aliados imaginam sobre como mexer as peças do xadrez da política maranhense.
Para onde vão?
O MDB, do empresário Marcus Brandão, e o PDT, do senador Weverton Rocha, estão quebrando lanças para atrair o maior número possível dos 11 deputados estaduais do PSB, que podem seguir o governador Brandão — já fora da legenda, hoje presidida pela senadora Ana Paula Lobato, esposa do líder da oposição na Alema, Othelino Neto. Depois de Brandão, o nome de maior peso político no PSB é o da presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale. Ninguém sabe se a revoada será completa, incluindo dezenas de prefeitos, ou apenas parcial.
Daqui não saio…
Ao dizer, em Tuntum, que não vai renunciar de forma alguma ao mandato de vice-governador, o petista Felipe Camarão sabe perfeitamente o que está dizendo. Na condição de vice, ele não precisa se desincompatibilizar para concorrer a qualquer mandato em 2026. A posição é bem mais confortável que a de Carlos Brandão, que, se for candidato, terá de deixar o cargo até 3 de abril do próximo ano.
Estrebuchando
Depois de ter sido desmoralizado pela dinâmica da política que proporcionou o encontro entre o presidente Lula e seu equivalente estadunidense, Donald Trump, o deputado conspirador Eduardo Bolsonaro resolveu apostar em uma nova leva de punidos pela draconiana Lei Magnitsky, do governo americano. Seriam quatro ministros do STF, incluindo Flávio Dino, e um delegado da Polícia Federal.
Eduardo quer ver essas autoridades sancionadas, assim como foi o ministro Alexandre de Moraes — e seus familiares —, por ser o relator do rumoroso processo da trama golpista que envolve centenas de pessoas que atentaram contra a democracia, lideradas por Jair Messias Bolsonaro.
Chegando longe (1)
Com um faturamento de R$ 36,385 bilhões, o Grupo Mateus (do Maranhão) assume a terceira posição no ranking nacional das redes de supermercados, atrás apenas do gigante Carrefour (R$ 120,594 bilhões) e do Assaí Atacadista (R$ 80,570 bilhões). Esses números se restringem aos 20 grupos que mais faturam, mas desenham perfeitamente um fenômeno: o da nova geografia dos supermercados, com as megaredes perdendo espaço para as regionais, como o Grupo Mateus, do Nordeste, e o Supermercados BH.
Chegando longe (2)
O Grupo Mateus, aliás, é um caso emblemático de empresa super-regional. Criado por Ilson Mateus, no Maranhão, o grupo chegou à bolsa em outubro de 2020 com status de “joia garimpada no Nordeste”, nas palavras do time da XP. Concentrou esforços na região para tornar-se líder local e agora ensaia um avanço mais relevante também no Norte — já chegou a 70 lojas no Pará, de um total de 271.