5 de novembro de 2025
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CV envia traficantes à Ucrânia para “intercâmbio do crime”; entenda

DCM – A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga um caso inédito envolvendo o Comando Vermelho (CV): integrantes da facção estão sendo enviados à Ucrânia para aprender técnicas de guerra e terrorismo, com o objetivo de aplicá-las no Brasil. Segundo a Subsecretaria de Inteligência (Ssinte), trata-se de uma espécie de “intercâmbio do crime”, em que criminosos buscam aprimorar métodos de enfrentamento contra forças de segurança.

Um dos principais investigados é Philippe Marques Pinto (29), ligado a Antônio Hilário Ferreira, o Rabicó, chefe do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ). De acordo com as apurações, ele viajou ao leste europeu em junho de 2023, junho de 2024 e setembro deste ano, sempre fazendo escala em Lisboa, antes de seguir para a Ucrânia.

A polícia acredita que ele permanece no país em guerra, possivelmente atuando junto a grupos armados locais. As autoridades identificaram imagens de Philippe em território ucraniano e registros oficiais de suas passagens pela Europa.

Em vídeo obtido pela polícia, Philippe aparece segurando um fuzil AK-47 e acenando para a câmera. “É o CV puro e sem mistura. Um forte abraço para o meu mano Cafu, eterno dono da favela da Central; forte abraço para todos os irmãos que estão na correria, na luta do dia a dia”, diz o criminoso, em referência a um dos líderes da facção.

O vídeo foi gravado em território ucraniano e enviado a comparsas no Brasil. “Seja em qual parte do mundo estivermos, nós somos eternos soldados do Cafu”, afirma Philippe, antes de manusear o fuzil e mostrar que ele é real. “Essa daqui é de verdade”, diz, desmontando o acessório da arma.

A Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) instaurou um inquérito para investigar o caso e rastrear as conexões internacionais do grupo. Philippe, que já possui antecedentes por tráfico de drogas, também deve responder por apologia ao tráfico e associação para o tráfico.

De acordo com investigadores, a ida de criminosos brasileiros a zonas de guerra representa um novo patamar de ameaça, unindo o crime organizado local a estruturas e estratégias típicas de grupos terroristas internacionais.

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