8 de dezembro de 2025
DestaquesGeralPolítica

Carluxo perde a linha e ataca aliados de Tarcísio: “Putinhas do sistema”

Revista FórumCarlos Bolsonaro perdeu a linha nas redes sociais ao atacar aliados de Tarcísio de Freitas neste domingo (7), em meio à turbulência gerada pela pré-candidatura de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência. A crise se acentuou depois que Flávio admitiu que pode desistir da disputa e afirmou ter um “preço” para isso, alimentando a suspeita de que sua entrada no jogo serviria apenas como pressão pela aprovação da anistia aos golpistas — medida que beneficiaria Jair Bolsonaro, preso e inelegível.

A declaração acendeu um incêndio dentro do próprio clã. O irmão Carluxo reagiu com ataques a conservadores que criticaram Flávio, chamando-os de “putinhas do sistema”, e declarando que “o tempo” mostra quem está do lado verdadeiramente ou por conveniência.

“Os ‘isentões’ e os ‘limpinhos’, aqueles que diziam lutar pela ‘união da direita’, hoje já não querem mais união alguma. Por quê? Porque muitos se revelaram aquilo que sempre foram: putinhas do sistema”, declarou Carlos no X. “Estão mais uma vez sendo desmascarados – e ainda haverá mais revelações. O tempo mostra quem está do lado da verdade e quem apenas representava um papel conveniente”.

Flávio Bolsonaro. Imagem: reprodução

Já Eduardo Bolsonaro (PL-SP), também interessado na disputa presidencial, mandou recado direto ao irmão: “Desistir não é opção! Para trás nem para tomar impulso, somente para frente!” A crise expõe, mais uma vez, o possível racha crescente na direita bolsonarista.

No Congresso, o líder do PT, Lindbergh Farias (PT-RJ), chamou Flávio de “piada” e o acusou de protagonizar um “pastelão político”. Segundo ele, o senador tenta usar sua candidatura como chantagem para negociar a anistia com o Centrão. “‘Eu tenho um preço’ escancara o método da família: a chantagem. É um vexame”, disse.

 

Enquanto o clã troca farpas, o cenário eleitoral revela números ainda mais duros para Flávio. Pesquisa Datafolha, divulgada no sábado (6), mostra que ele é o nome mais fraco do bolsonarismo para 2026: apenas 8% dos eleitores acham que ele deveria ser apoiado por Jair Bolsonaro. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro lidera com 22%, seguida por Tarcísio de Freitas (20%), Ratinho Jr. (12%) e Eduardo Bolsonaro (9%).

Além das disputas internas, os dados mostram um problema ainda maior: 50% dos brasileiros afirmam que não votariam em nenhum candidato apoiado por Jair Bolsonaro. O levantamento confirma que o bolsonarismo enfrenta sua fase de menor força eleitoral desde 2018 – e que o “balão de ensaio” lançado por Flávio pode ter estourado antes mesmo de ganhar altitude.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *