11 de dezembro de 2025
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Carlos Bolsonaro renuncia ao mandato de vereador; entenda o motivo

DCM – O vereador Carlos Bolsonaro anunciou que deixará a Câmara Municipal do Rio para viver em Santa Catarina, onde trabalha para disputar o Senado em 2026. A decisão foi comunicada na abertura da sessão desta quinta-feira, em um discurso no qual o vereador afirmou que sua saída marca uma etapa nova em seu projeto político.

“Parto dessa cidade com o coração cheio de saudade, mas também com a serenidade de quem sabe que está atendendo uma missão maior, da qual sempre fiz parte. Vou para Santa Catarina para cumprir um chamado que eu não poderia realizar aqui. Não é uma fuga, é a continuidade de uma luta”, declarou.

Durante a fala, ele citou o pai, preso na superintendência da Polícia Federal em Brasília após a condenação de 27 anos no caso da tentativa de golpe. Carlos se emocionou ao comentar a situação e apontou o que vê como irregularidades no processo.

“Hoje ele enfrenta uma vida injusta, fruto de um processo recheado de contradições, vícios e interpretações políticas. (…) Bolsonaro está preso, mas não está derrotado. Porque derrotado é quem abandona seus princípios. A Justiça, cedo ou tarde, abrirá a porta que querem manter fechada”, disse.

A mudança ocorre após quase 25 anos de atuação no Legislativo carioca. Ele assumiu o primeiro mandato em 2000, aos 17 anos, e foi eleito seis vezes seguidas. Em 2016 e em 2024, registrou a maior votação para vereador no Rio, consolidando-se como um dos nomes mais fortes da direita fluminense.

No discurso de despedida, Carlos citou iniciativas que considera marcos de sua trajetória, como a “criação do clube de literatura clássica, para recuperar o imaginário que o ensino moderno insiste em abandonar” e o estabelecimento do “Dia Municipal da Liberdade de Expressão”.

 

Ele afirmou que pretende manter a atuação política, agora concentrada em Santa Catarina. O presidente da Câmara, Carlo Caiado, classificou o colega como “sincero” e “amigo”, apesar das diferenças políticas existentes na Casa. Segundo ele, a presença de Carlos marcou época no Legislativo carioca.

A vereadora Rosa Fernandes, decana do parlamento, também prestou homenagem e destacou a trajetória iniciada quando ele ainda era menor de idade. “Você passou pela juventude com pouca oportunidade de viver efetivamente a adolescência. Sempre com muita cobrança. Vi aquele menino se tornar um homem. E um homem que amadureceu apanhando”, afirmou.

A ida para Santa Catarina faz parte da estratégia eleitoral do PL para 2026. O partido avalia que Carlos tem boa chance de conquistar a vaga no Senado em um estado que deu quase 70 por cento dos votos ao pai dele no segundo turno presidencial de 2022. No Rio, a sigla vê riscos de desgaste, sobretudo porque Flávio Bolsonaro deve concorrer à reeleição.

Mesmo assim, a movimentação não é unânime dentro do PL catarinense. Uma ala resiste ao avanço do vereador por considerar que a candidatura dele reduz o espaço da deputada federal Carol de Toni, também interessada na disputa pelo Senado. Dirigentes avaliam que a sobreposição pode gerar atritos internos nos próximos meses.

O governador Jorginho Mello, que tentará um novo mandato, observa o cenário com cautela. Ele não pretende entregar as duas vagas ao Senado a nomes do próprio partido, já que isso dificultaria acordos com outras siglas para ampliar a base de apoio.

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