BASTIDORES | ORA, PÍLULAS!
Esperando acontecer (1)
Pelo rumo que tomou a pré-campanha para governador do Maranhão em 2026, as pesquisas indicando a troca da liderança nas intenções de voto, do secretário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão sobre o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, mostram que a corrida está longe até de alcançar a primeira volta. Com a experiência acumulada desde mandatos no Legislativo estadual e federal, além dos cinco na prefeitura, Braide continua analisando cada passo que precisa dar até o momento de decidir, em abril, se arrisca deixar o cargo ou se vai para o tudo ou nada na busca do Palácio dos Leões.

Esperando acontecer (2)
Na outra faixa da corrida, Orleans Brandão (MDB) mostrou que tem menos dúvidas sobre a empreitada eleitoral rumo aos Leões do que qualquer concorrente. O que parecia, no primeiro momento, ser um projeto arriscado demais para um jovem estreante em disputa eleitoral, hoje ele percebe que, no Maranhão, o governo continua sendo um moedor de meias vontades e um modelador de ousadia, como a do tio Carlos Brandão.
Escalada perigosa (1)
A posição escalonada e decidida do ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino contra a falta de transparência na aplicação da volumosa soma, contada em bilhões de reais, de emendas parlamentares, não só azedou a relação do Judiciário com o Congresso, como atinge em cheio o Executivo, responsável pela liberação da dinheirama. O Centrão, junto com o bolsonarismo, eixos da gastança alvejada por ações da Polícia Federal por ordem de Dino, já o tornaram alvo preferencial de seus cavalos de pau no plenário.
Escalada perigosa (2)
Em um ano, desde 2024, Dino escalou da suspensão do pagamento de R$ 4,2 bilhões, passou ordens ao TCU para detalhar a aplicação de 964 emendas parlamentares, até a decisão desta semana em que ele pautou o julgamento de deputados do PL, acusados em processos da PGR de desviarem enormes somas de “emendas pix”, sem a devida transparência. Apesar de saber que está cumprindo o seu papel de juiz, Dino não desconhece a forma nada convencional de o partido bolsonarista reagir a questões que lhe atingem, com votações em cavalo de pau nas caladas da madrugada no Congresso.
Volta por cima (1)
O prefeito Eduardo Braide está novamente sob fogo cruzado de ações contra o seu mandato, mesmo sendo um dos gestores de capital mais bem avaliados do Brasil. O autor de três novas ações contra o mandato de Braide, protocoladas no TCE-MA, na Câmara e no MP por um servidor aposentado, tem toda a aparência da repetição do jogo atrapalhado da semana passada, que acabou só provocando zoada.
Volta por cima (2)
Afinal, a Câmara de São Luís acabou de arquivar uma tentativa de cassação de Braide, no episódio do aumento de seu salário, de uma penca de procuradores e de outros servidores graduados, misturado a decisão judicial desfavorável. Braide recusou o reajuste em seu contracheque, pelo qual ganharia R$ 38 mil, acima do governador Brandão e quase igual ao colega de São Paulo, Ricardo Nunes. Jogou a questão para a plateia, acertou-se com o presidente da Câmara, Paulo Victor, e o processo foi dormir no arquivo. Até o pagamento de emendas parlamentares fez parte do enredo.

Em alta
O deputado federal Duarte Júnior voltou a ocupar o primeiro lugar entre os parlamentares do Maranhão no Ranking dos Políticos, edição de 2025. O relatório o aponta ainda entre os quinze melhores do país, entre 488 deputados avaliados, com a nota máxima em combate a privilégios, somada à marca de 100% de presença nas sessões legislativas.
Sessão de descarrego
Mesmo apresentando inúmeros indicadores de desempenho em comparação a outros estados, o Tribunal de Justiça do Maranhão tem passado por uma sequência de péssimas notícias sobre ações moralizadoras do CNJ contra desembargadores, juízes, funcionários, notários e advogados, pilhados com a mão no pote. Talvez fosse aconselhável fazer uma sessão de descarrego, com sal grosso, fumacê de casca de alho e sangue de bode preto no pleno, para limpeza energética e expurgo das influências negativas no velho Palácio Clóvis Bevilácqua do Judiciário maranhense.
