18 de dezembro de 2025
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PF faz buscas contra Weverton Rocha e prende filho do Careca do INSS

DCM – A Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca contra o senador Weverton Rocha (PDT-MA) nesta quinta-feira (18), em uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga fraudes em descontos ilegais sobre aposentadorias e pensões do INSS.

A ação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e inclui 16 mandados de prisão preventiva e 52 de busca e apreensão em sete estados. A residência de Weverton Rocha está entre os endereços-alvo, mas não houve diligências no gabinete do parlamentar no Senado. Ele é líder do PDT na Casa.

Nesta etapa, a PF prendeu o atual número dois do Ministério da Previdência Social, Adroaldo Portal, que ficará detido preventivamente em regime domiciliar. Portal já atuou no gabinete de Weverton Rocha e ocupou cargos no Congresso Nacional ligados a políticos do PDT.

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O número dois do Ministério da Previdência Social, Adroaldo Portal. Foto: Reprodução

Também foi preso Romeu Carvalho Antunes, filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontado como um dos operadores do esquema e detido desde setembro. As investigações estimam que os desvios, ocorridos entre 2019 e 2024, possam chegar a R$ 6,3 bilhões.

Além disso, o advogado Éric Fidelis também é alvo de mandados de busca. Ele é filho do ex-diretor do INSS André Fidelis, preso na etapa anterior da operação.

Churrasco na casa do senador

Weverton passou a ser citado nas apurações após assessores e pessoas ligadas ao seu entorno aparecerem nas investigações da PF e da CGU. Segundo os investigadores, o “Careca do INSS” já esteve com o senador.

Em depoimento à CPI do INSS, Antunes afirmou ter participado de um churrasco na casa de Weverton, ocasião em que teria tratado apenas da regulação do mercado de derivados de cannabis, sem relação com descontos previdenciários.

Antonio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, durante seu depoimento à CPI do INSS. Foto: Pedro Ladeira

O operador também disse que esteve no gabinete do senador em outras ocasiões, mas que não conversou diretamente com ele. Segundo Antunes, o contato teria sido com Adroaldo da Cunha Portal, hoje secretário-executivo do Ministério da Previdência e, à época, assessor de Weverton, novamente para tratar do mercado de cannabis.

As investigações alcançaram ainda Gustavo Gaspar, ex-assessor do senador, que teria assinado uma procuração para movimentação de contas bancárias entregue a Rubens Oliveira, apontado como operador dos descontos irregulares.

A Polícia Federal afirma que a operação busca aprofundar a apuração de crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, estelionato previdenciário, organização criminosa e ocultação de patrimônio.

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