24 de dezembro de 2025
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Natal agita comércio e deixa a política errante para 2026

Por Raimundo Borges 

O Imparcial – Feliz Natal, brasileiros e brasileiras deste país! O ano de 2025 está escapulindo do calendário gregoriano. Já Luiz Inácio Lula da Silva vive a pensar e repensar em 2026, com a eleição, comparativamente, tão importante de sua vida quanto foi a de 1989, ano de estreia do país na redemocratização regida pela novíssima Constituição de 1988. Era o ingresso do país no período pós-ditadura militar, com um sindicalista fundador do PT concorrendo ao Palácio do Planalto. Fazia quatro anos que Tancredo Neves, eleito indiretamente, morreu antes da posse, e o vice José Sarney assumiu por cinco anos a Presidência da República.

Em 2026, com 81 anos (a mesma idade do colega americano Donald Trump), Lula quer passar pelo maior teste político de sua vida. Será a última eleição em que colocará o nome na urna eletrônica, encerrando o seriado de cinco episódios iniciados em 1989. A questão principal, segundo ele, é a saúde. Porém, ao brincar com Trump sobre a idade, disseram viver hoje como “garotos de 40 anos”. Mas a lógica política aponta para outro fator determinante: a aprovação do 3º mandato no Planalto, perante uma população que já o conhece há 24 anos desde a primeira temporada na chefia do governo. O eleitor que nasceu em 1989, na primeira disputa de Lula ao Planalto, em 2026 terá 37 anos.

Na época, o Brasil era outro país, depois de 29 anos sem eleição presidencial direta. Portanto, 22 candidatos arriscaram disputar o Planalto, corrida que terminou polarizada entre o pernambucano Lula da Silva e o alagoano Fernando Collor de Mello (PRN), com o discurso de “caçador de marajás”. A má distribuição de renda, com poucos acumulando muito da riqueza e a pobreza atingindo o grosso da população, era um dos temas do petista, acusado de comunista e analfabeto pelas mesmas elites que até hoje veem Lula como um impostor. Ele diz que está colocando os pobres no orçamento e os ricos no imposto de renda.

O mundo foi marcado, em 1989, pela derrubada do Muro de Berlim, um dos fatos mais importantes do século 20. O muro dividia também o mundo capitalista (Alemanha Ocidental) e o socialista (Alemanha Oriental). Símbolo da Guerra Fria, travada entre os Estados Unidos e a União Soviética. No Brasil, ocorreu a morte do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, autor de alguns dos maiores clássicos da música brasileira de todos os tempos. No Maranhão, foi promulgada a Constituição Estadual. Era o auge da devastação florestal da Amazônia Maranhense em Arame, Itinga, Imperatriz, Açailândia, São Pedro da Água Branca, Buriticupu, Bom Jesus das Selvas, Cidelândia etc. Tempo de conflitos sangrentos pela posse da terra.

Neste Natal, Lula assina decreto de perdão a presos em casos específicos. Exclui condenados por crimes hediondos, chefes de facções, autores de violência contra a mulher e de atentados contra o Estado Democrático de Direito. É o ano em que o ministro Alexandre de Moraes torna-se o primeiro brasileiro a ser punido pela Lei americana Magnitsky e também o primeiro do mundo a ser retirado das mesmas sanções. Ele condenou 810 pessoas pela tentativa de golpe de Estado, inclusive o ex-presidente Jair Bolsonaro e generais do Exército. Foi a primeira vez na história com esse tipo de julgamento e condenação.

A economia brasileira vem crescendo em ritmo acelerado desde o fim da pandemia. Em 2021, o crescimento foi de 4,8%, em um momento em que o país se recuperava da forte contração registrada logo no começo da Covid-19. Na saída dela, a taxa de desemprego era de 14%. Agora, o desemprego está em 5,4% e os juros em 14%. Junto com o PIB perto de 3%, o que isso pode representar em votos para a reeleição de Lula é uma incógnita. De fato, o cenário político brasileiro está marcado por uma nuvem de incertezas, tanto sobre a candidatura de Lula quanto sobre quem os partidos de centro e da direita bolsonarista vão lançar. Por isso, 2026 será historicamente determinante para o futuro do Brasil.

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