25 de dezembro de 2025
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O Natal chega sem respostas políticas para Brandão e Lula

Por Raimundo Borges

O Imparcial – Chegou o Natal de 2025, carregado de incertezas sobre o ano eleitoral de 2026. A principal delas, para cada um dos 158,6 milhões de eleitores, é quem estará no Palácio do Planalto em janeiro de 2027. Será, de novo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)? Ou haverá substituição por alguém que nunca sentou na cadeira principal do Palácio do Planalto? O ex-presidente Jair Bolsonaro, que poderia ser um candidato potencial a voltar ao cargo, por coincidência, neste dia 25 estará na mesa de cirurgia para retirar uma hérnia inguinal. Para quem não sabe, ela se manifesta quando parte do intestino ou tecido abdominal se projeta através de um ponto fraco na parede muscular da virilha, formando um inchaço, comum em homens.

No entanto, o que torna uma volta de Bolsonaro ao Planalto uma questão fora de discussão está mais na sua condição de condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 27,3 anos de prisão, que cumpre nas dependências da Polícia Federal, em Brasília. Já o presidente Lula ainda avalia se será candidato — decisão que ele adia o máximo que puder. Fora do ambiente bolsonarista, no entanto, há todo um conjunto de fatores que atrapalha a indicação de alguém com simetria política no eleitorado conservador e em suas lideranças vinculadas aos partidos do Centrão, ao empresariado e, principalmente, ao agronegócio dos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, tudo alinhado com o universo evangélico.

No Maranhão, a eleição de governador chega a este Natal também mergulhada em um cenário de incertezas. O secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB), pode agradecer ao tio, Carlos Brandão, pela ousadia de apostar em sua pré-candidatura, graças a um governo que chega a 2026 com aprovação nas alturas. Orleans é um jovem de 31 anos, filho de Colinas, no sertão maranhense, e estreante na política por teimosia do pai, Marcus Brandão, e do tio, Carlos Brandão. Hoje, ele aparece nas pesquisas de intenção de voto se revezando na liderança com o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD).

Braide foi deputado estadual e federal quando ingressou na disputa pela prefeitura da capital em 2020, sendo reeleito em 2024 com mais de 70% dos votos. Tem uma avaliação positiva entre os mais bem colocados gestores das capitais brasileiras. Até agora, o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Lahesio Bonfim (Novo), tem no currículo a posição de 3º colocado na mesma disputa do governo em 2022, superando o senador Weverton Rocha (PDT). Resumo da ópera: esse cenário pré-eleitoral se apresenta mais favorável aos nomes que se sustentam ou na Prefeitura de São Luís, no caso, Braide, ou na secretaria do governo estadual, Orleans Brandão, apoiado frontalmente pelo tio governador.

Como principal cabo eleitoral do sobrinho, Carlos Brandão chega ao final de 2025 com uma alta taxa de aprovação popular, de acordo com várias pesquisas de opinião recentes. Sua gestão é vista positivamente pela maioria dos maranhenses. Na Quaest, realizada em outubro passado, o governador apareceu com 71% de aprovação, ante 23% que desaprovavam. No instituto Real Time Big Data, em dezembro de 2025, a aprovação do governo estadual está em 66% — à frente de outros governadores do país. Já o Instituto Opinião, com pesquisa de maio, apontava 63,9% de apoio popular ao governo.

Os pontos que faltam ser amarrados são: o vice-governador Felipe Camarão, do PT, vai insistir em sua pré-candidatura ao governo sem apoio do companheiro de chapa, pontuando bem abaixo do esperado? Também o prefeito Eduardo Braide está disposto a passar o comando da cidade de São Luís à vice, Ismênia Miranda, para a empreitada que nunca disse claramente querer encarar? O governador Carlos Brandão ainda pode negociar com Camarão um jeito de sair candidato ao Senado, como deseja o presidente Lula, com quem vai conversar logo no começo de 2026? Essas indagações passam o Natal martelando a cabeça de cada eleitor.

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