11 de setembro de 2025
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Julgamento de Bolsonaro movimenta internet e Dino sofre ameaças inspiradas no Nepal

MSN – A retomada do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado e outros crimes movimentou a internet nesta quarta-feira, mas “graves ameaças” na rede inspiradas nos violentos protestos no Nepal levaram o ministro da corte Flávio Dino a pedir uma investigação à Polícia Federal.

Por volta das 16h30, o tema dominava as primeiras posições dos trending topics do X: em primeiro lugar, figurava “Fux honra a toga”, seguido de “Fux apoia golpista”. Em terceiro lugar, estava “Anula tudo”, e em seguida, “Luiz Fux”. A oitava posição e a nona também estavam relacionadas ao julgamento, com os topics “Cármen Lúcia” e “Juiz”, respectivamente.

O julgamento na Primeira Turma do Supremo foi retomado nesta quarta-feira com o voto do ministro do STF Luiz Fux. Até o momento — o voto ainda não foi concluído –, Fux abriu divergência em relação a Alexandre de Moraes, relator da ação, e Flávio Dino, que já votaram pela condenação do ex-presidente e os demais envolvidos na ação.

Fux defendeu a absolvição dos réus pelos crimes de organização criminosa e dano qualificado.

NEPAL

Enquanto corria a leitura do voto de Fux no plenário da Primeira Turma do STF, o ministro Flávio Dino encaminhava um pedido de investigação à Polícia Federal. No ofício encaminhado à PF, o ministro relata que desde que proferiu seu voto — pela condenação de Bolsonaro — passou a ser destinatário de “graves ameaças”, via internet, contra a sua vida e integridade física.

“Entre os traços que chamam atenção, há uma constante alusão a eventos ocorridos no “Nepal”, o que parece sugerir uma ação concertada com caráter de incitação”, diz o ministro no ofício à PF.

“Alguns gravíssimos exemplos seguem em anexo, constituindo – inclusive – indicadores de coação no curso de processo, entre outros possíveis crimes”, pontua.

As publicações encaminhadas por Dino fazem referência aos protestos ocorridos nos últimos dias no Nepal, que forçaram o primeiro-ministro K.P. Sharma Oli a renunciar.

Na solicitação de investigação, Dino chama a atenção para o fato de que as publicações de ameaças podem ser o gatilho para novos atos violentos contra pessoas e patrimônio público.

“Como sabemos, há indivíduos que são conduzidos por postagens e discursos distorcidos sobre processos judiciais, acarretando atos delituosos — a exemplo de ataques ao

edifício-sede do STF, inclusive com uso de bombas.”

A revolta na nação do Himalaia foi desencadeada por uma proibição relacionada a redes sociais anunciada na semana passada. Ela foi revogada após a morte de 19 pessoas na segunda-feira, quando a polícia disparou gás lacrimogêneo e balas de borracha para controlar a multidão. O número de mortos subiu para 25 nesta quarta-feira, segundo o Ministério da Saúde do Nepal, e 633 ficaram feridos.

Prédios do governo nepalês, desde a Suprema Corte até residências dos ministros, incluindo a residência particular de Oli, também foram incendiados durante os protestos.

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