Aécio Neves: PL da Dosimetria exclui Bolsonaro e só beneficiará “massa de manobra” ; vídeo
Revista Fórum – De volta à Globo, Aécio se coloca como porta-voz de Paulinho da Força, confirma enterro da anistia e diz que PL da Dosimetria não vai “atender aos financiadores, aos elaboradores dessa tentativa de golpe, mas sobretudo essa grande massa de manobra”.
De volta aos holofotes da mídia liberal, o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) confirmou em entrevista à GloboNews na manhã desta sexta-feira (19) que o PL da Dosimetria, que será proposto por Paulinho da Força (Solidariedade-SP) como substitutivo à anistia “ampla, geral e irrestrita” requerida pela ultradireita, não vai livrar Jair Bolsonaro (PL) e os articuladores da tentativa de golpe da cadeia e deve beneficiar apenas à “massa de manobra”, como definiu os golpistas apoiadores do ex-presidente que foram condenados pelo 8 de Janeiro.
“O objetivo não é atender aos líderes, não é atender aos financiadores, aos elaboradores dessa tentativa de golpe, mas sobretudo essa grande massa de manobra que está pagando um preço ainda alto”, afirmou.
Atuando como porta-voz do relator nomeado por Hugo Motta (Republicanos-PB), o deputado tucano afirmou ainda que “Paulinho não vai agradar a todos com seu relatório, o que já é uma boa notícia, e nós vamos construir algo que permita que aqueles que ainda estão cumprindo pena possam ser liberados a partir do abrandamento de algumas delas, mas não serão anistiados, continuarão tendo a sua condenação registrada”.
Aproveitando o retorno à emissora da família Marinho, Aécio ecoou o discurso de que o “pacto republicano” anunciado por Michel Temer (MDB) que uma anistia colocaria “o Congresso novamente em confronto com o Supremo Tribunal Federal” e emendou com o discurso de “pacificação” pelo “centro” ao dizer que o enfrentamento à corte “interessa só aqueles que surfam de alguma forma nessa agenda da polarização”, buscando colocar a esquerda no “extremo” oposto ao da ultradireita neofascista de Bolsonaro.
“Por isso ficou claro, o deputado Paulinho disse isso com todas as letras, não se trata mais de anistia. É inconstitucional, vamos tratar a partir de agora da dosimetria das penas, porque muitos brasileiros de um lado e de outro consideram exageradas algumas das penas que ali foram dadas”, afirmou.
Atuando como porta-voz do relator nomeado por Hugo Motta (Republicanos-PB), o deputado tucano afirmou ainda que “Paulinho não vai agradar a todos com seu relatório, o que já é uma boa notícia, e nós vamos construir algo que permita que aqueles que ainda estão cumprindo pena possam ser liberados a partir do abrandamento de algumas delas, mas não serão anistiados, continuarão tendo a sua condenação registrada”.
Aproveitando o retorno à emissora da família Marinho, Aécio ecoou o discurso de que o “pacto republicano” anunciado por Michel Temer (MDB) que uma anistia colocaria “o Congresso novamente em confronto com o Supremo Tribunal Federal” e emendou com o discurso de “pacificação” pelo “centro” ao dizer que o enfrentamento à corte “interessa só aqueles que surfam de alguma forma nessa agenda da polarização”, buscando colocar a esquerda no “extremo” oposto ao da ultradireita neofascista de Bolsonaro.
“Por isso ficou claro, o deputado Paulinho disse isso com todas as letras, não se trata mais de anistia. É inconstitucional, vamos tratar a partir de agora da dosimetria das penas, porque muitos brasileiros de um lado e de outro consideram exageradas algumas das penas que ali foram dadas”, afirmou.
Silêncio no clã
Passadas 12 horas desde que Paulinho da Força (Solidariedade-SP), Michel Temer (MDB) e Aécio Neves (PSDB) anunciaram em vídeo nas redes sociais o enterro do PL da Anistia, Flávio, Eduardo e Carlos, filhos de Jair Bolsonaro (PL) seguem calados nas redes sociais, colocando a horda de apoiadores em pânico.
Alçado por Hugo Motta (Republicanos-PB) a relator do PL da Anistia, que foi teve o regime de urgência aprovado na Câmara na noite da quarta-feira (17) por pressão da bancada bolsonarista, Paulinho se reuniu com os dois caciques na casa de Temer, em São Paulo, para anunciar em vídeo que o projeto que serviria para impedir a prisão de Bolsonaro na Papuda será transformado no “PL da Dosimetria”.
“Evidentemente, já conversamos um pouco aqui, de como um acordo com o Supremo Tribunal Federal, com o Executivo, numa espécie de pacto republicano, digamos assim, especialmente com essa denominação de PL da dosimetria, portanto, de uma nova dosagem das penas, acho que pode produzir um resultado muito positivo”, anunciou Temer, sobre o acordo que pretende reduzir as penas dos golpistas presos no 8 de Janeiro, mas que não deve livrar Bolsonaro da cadeia.
Desde então, os filhos de Bolsonaro se calaram sobre o tema, causando pânico e estarrecimento entre aliados. Enquanto a maioria aguarda a orientação dos filhos e do próprio Bolsonaro, alguns poucos se pronunciaram nas redes.
Líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) chegou a ensaiar uma crítica às 18h13 desta quinta-feira, lançando um “desafio” sem mencionar Paulinho: “Lanço um desafio: que qualquer legislador ou jurista me aponte onde, na Constituição Federal, está escrito que o Legislativo pode “reduzir penas” já aplicadas a condenados?”.
No entanto, depois do anúncio do “pacto republicano” pelo trio, o braço política de Malafaia se calou sobre o tema.
Irmão de Carla Zambelli, que está presa na Itália, o deputado estadual Bruno Zambelli (PL-SP) foi o primeiro a se pronunciar, minutos após a divulgação do vídeo, e decretou o fim da anistia a Bolsonaro.
“Acabou! Já mudaram até o nome, agora chamam de PL da dosimetria. Ou seja, querem apenas reduzir as penas, mas manter a perseguição de pé. Não é isso que o Brasil pediu, não é isso que o povo foi às ruas cobrar”, escreveu.
Pela manhã, em nova publicação, o deputado estadual paulista afirmou que “pra quem tinha dúvida… Moraes, Gilmar Mendes e Hugo Motta também participaram da reunião com Temer, Paulinho da Força e Aécio”, compartilhando notícia da TV Globo.
Outro aliado próximo do clã que se pronunciou foi o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), compartilhando o mesmo vídeo do Jornal da Globo com o comentário da jornalista Julia Duailibi.
“Isso é tão nojento, que chega a embrulhar o estômago. O relator do PL da anistia fez reunião com Moraes e Gilmar Mendes para pedir benção e saber o que pode fazer no projeto. Esqueçam. Não votaremos essa patifaria. Temos que focar na CPMI da vaza toga e buscar a anulação do processo”, afirmou, sem orientação de seus mentores.