Camilo Santana reúne PT/MA para pressionar pela unidade
Por Raimundo Borges
O ministro da Educação, Camilo Santana, espécie de coringa político do governo Lula, esteve no Maranhão na quarta e quinta-feira, inaugurando obras de sua pasta e lançando o programa Estratégia Nacional de Escolas Conectadas (Enec), com o objetivo de ampliar o acesso às tecnologias digitais no aprendizado do ensino médio estadual.
Com o governador Carlos Brandão, foi a Açailândia e Caxias; também visitou a Universidade Federal do Maranhão e o Hospital Universitário, ao lado do ex-reitor Natalino Salgado, diretor daquela instituição, referência no Nordeste em transplantes e outras ações complexas.
Camilo Santana conheceu as instalações da antiga Circunscrição do Serviço Militar (CSM) do Exército, que estão sendo transformadas em uma extensão do centro cirúrgico do Hospital Dutra, dotado de alta tecnologia para atender às demandas da UFMA e da população em geral. Sobre o programa Enec, o governo federal destinou R$ 275,6 milhões para a compra de tablets, computadores e chips de dados móveis.
Apenas para os tablets, foram investidos R$ 150,7 milhões na compra dos equipamentos e R$ 93 milhões na aquisição de chips — um enorme avanço na qualidade do ensino público.
O estado do Maranhão receberá 242.404 tablets — desses, 56.591 já foram entregues nas regionais de São Luís e Caxias, e 17.313 estão sendo distribuídos na regional de Imperatriz, incluindo as 6.757 unidades entregues durante o evento. A ação beneficiará 217 municípios maranhenses.
O ministro da Educação, que já foi titular da Casa Civil do governo Lula, como governador do Ceará promoveu significativa melhoria na qualidade do ensino daquele estado, que serviu de modelo para outras unidades federadas, inclusive o Maranhão.
O ministro aproveitou sua estadia no Maranhão para tratar também de política e manter um encontro, meio informal, com os petistas da direção regional, inclusive o vice-governador Felipe Camarão. A reunião foi em um jantar, na quinta-feira, no restaurante Cabana do Sol, recebendo a brisa fresca da Baía de São Marcos, ao preço de uma “vaquinha” de R$ 100 por cabeça.
Camilo fez uma fala discreta, para pregar a união interna do PT, que trava uma batalha na Justiça e na Executiva Nacional, que interveio no diretório local, colocou uma comissão provisória e marcou nova eleição extraordinária para março do próximo ano.
O objetivo do encontro, certamente combinado com o presidente Lula, não foi bater o martelo sobre a candidatura de Felipe Camarão a governador, mas fortalecê-lo a partir de um PT unido e permitir que, mais à frente, o partido possa se impor em uma negociação sobre os cargos majoritários.
Com a divisão atual, nem a candidatura de Camarão avança nas pesquisas, nem fortalece os argumentos do presidente Lula no encontro marcado, esta semana, com o governador Carlos Brandão, líder da aliança que já trabalha para eleger o sucessor, o jovem Orleans Brandão (MDB).