26 de outubro de 2025
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Bastidores: Trump questiona Lula sobre prisão e diz que petista foi “vítima de perseguição”

DCM – A reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, realizada neste domingo (26) em Kuala Lumpur, na Malásia, teve momentos de descontração e também de interesse pessoal do líder estadunidense pela trajetória política do brasileiro. Segundo Felipe Frazão, do Estadão, integrantes da comitiva do governo afirmaram que Trump perguntou sobre o período em que Lula ficou preso durante a Operação Lava Jato e chegou a classificá-lo como vítima de “perseguição”. O petista respondeu que passou 580 dias na prisão.

O encontro, que ocorreu no Centro de Convenções de Kuala Lumpur (KLCC), durou cerca de 45 minutos e contou com a presença de seis assessores do governo brasileiro.

De acordo com os relatos, a conversa entre os dois presidentes alternou momentos de seriedade e leveza, e deixou em parte da equipe do Planalto a sensação de uma certa “cumplicidade” entre ambos. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, descreveu o clima como “descontraído” e “até alegre”.

“Trump declarou admirar o perfil da carreira política do presidente Lula, já tendo sido duas vezes presidente da República, tendo sido perseguido no Brasil, se recuperado, provado sua inocência, voltado a se apresentar e, vitoriosamente, conquistado o terceiro mandato”, relatou Vieira. Segundo outras fontes do governo, o republicano usou explicitamente o termo “perseguido” ao se referir aos processos judiciais enfrentados por Lula.

Lula sendo preso pela Operação Lava Jato em 2018. Foto: reprodução

Os dois líderes também discutiram a possibilidade de realizar visitas mútuas ao Brasil e aos Estados Unidos, em data ainda a ser definida. Na parte inicial da reunião, aberta à imprensa, Lula pediu para encerrar a presença dos jornalistas após cerca de nove minutos.

O petista achava que o tempo destinado à cobertura estava consumindo o espaço reservado para as negociações. Trump concordou e ironizou o momento, dizendo que as perguntas estavam “entediosas”.

Houve um pequeno tumulto antes do encontro, quando o serviço secreto estadunidense tentou priorizar o acesso de jornalistas da Casa Branca, o que gerou desconforto entre os assessores brasileiros. A Presidência do Brasil havia se posicionado contra a presença da imprensa, mas acabou aceitando a exigência dos EUA, desde que houvesse reciprocidade com os profissionais brasileiros.

Durante a conversa, Lula entregou a Trump uma pasta vermelha com o brasão da Presidência da República, contendo documentos sobre a crise comercial e política entre os dois países. O gesto foi interpretado como uma tentativa de reforçar a posição do Brasil nas negociações sobre as tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos.

Apesar de não ter anunciado mudanças imediatas, Trump ordenou que seus secretários se reunissem ainda na noite de domingo, em Kuala Lumpur, para tratar do tema.

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