Imprensa mundial repercute a operação mais letal da história do RJ: “Pior dia de violência”
DCM – A megaoperação policial contra o Comando Vermelho, realizada nesta terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, repercutiu na imprensa internacional. Segundo as autoridades, 64 pessoas morreram, 81 foram presas e quatro policiais perderam a vida durante os confrontos, que tornaram-se os mais letais da história do estado.
O jornal britânico The Guardian afirmou que o Rio está “em guerra” e atravessa “o pior dia de violência da história”, destacando que os confrontos se estenderam por áreas próximas ao Aeroporto Internacional do Galeão. O português Público ressaltou o uso de drones por criminosos para lançar explosivos contra as forças de segurança e classificou a ação como a maior já registrada contra o Comando Vermelho.
A rádio francesa RFI relembrou o histórico de violência nas favelas cariocas e informou que mais de 700 pessoas morreram em operações policiais no estado em 2024. A agência Reuters, também do Reino Unido, chamou atenção para o momento da ação, realizada poucos dias antes de eventos internacionais que antecedem a COP30, como o C40 e o Earthshot Prize.

O jornal espanhol El País descreveu o cenário como “caótico”, mencionando que o governador Cláudio Castro pediu ajuda às Forças Armadas e se queixou da falta de apoio do governo federal. Já o argentino Clarín afirmou que o Rio viveu “cenas de guerra”, relembrando o histórico do Comando Vermelho, criado nas prisões do estado na década de 1970.
O também argentino La Nación destacou o uso de veículos blindados, helicópteros e drones pela polícia e informou que os batalhões continuam em alerta diante da possibilidade de novas represálias. Segundo o jornal, a operação teve como objetivo conter a expansão territorial da facção nas comunidades da Zona Norte.
Com cerca de 2.500 policiais envolvidos, a ação resultou em bloqueios de ruas, interrupções em escolas e postos de saúde e mudanças em trajetos de transporte público. O governo estadual classificou a operação como a mais ampla já realizada contra o tráfico no Rio de Janeiro.

