21 de novembro de 2025
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FAB e AEB preparam lançamento de foguete sul-coreano em Alcântara

Agência Espacial Brasileira – A missão ocorre em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB) para lançar o sul-coreano HANBIT-Nano, que vai colocar cinco satélites em órbita e promover três experimentos, desenvolvidos por entidades do Brasil e da Índia.

a segunda-feira (3), a Força Aérea Brasileira (FAB) iniciou a fase de execução da Operação Spaceward 2025, responsável pelo lançamento do foguete HANBIT-Nano a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. Para completar a equipe, foram enviados mais 47 servidores, totalizando cerca de 400 profissionais. Servidores da Agência Espacial Brasileira (AEB) também estão mobilizados no local, onde acompanham e prestam apoio às atividades da operação.

A iniciativa, coordenada pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA/FAB), segue até o dia 28 de novembro e ainda não tem data definida para o lançamento. O evento marca a entrada do Brasil no mercado global de lançamentos espaciais, abrindo novas oportunidades de geração de renda e investimento no setor.

O Diretor do CLA, Coronel Aviador Clóvis Martins de Souza, afirmou que o Centro de Lançamento está preparado para essa nova fase do Programa Espacial Brasileiro (PEB), com a oferta de serviços comerciais.

“O CLA acumula mais de quatro décadas de operações ininterruptas e mais de 500 lançamentos realizados, consolidando-se como a principal base aeroespacial do Brasil e uma das mais estratégicas do mundo devido à sua localização próxima à linha do Equador. Hoje, iniciamos uma nova fase ao coordenar o lançamento inaugural do HANBIT-Nano, um foguete sul-coreano com carga majoritariamente brasileira. Esse marco demonstra nossa maturidade técnica, soberania operacional e capacidade de liderar operações complexas, atrair parcerias internacionais e impulsionar o desenvolvimento tecnológico do país”, destacou o Diretor.

Dos profissionais envolvidos, 300 são militares e 100 são civis, para garantir redundância nas funções sensíveis. Outros 60 integrantes estrangeiros, pertencentes à equipe do cliente sul-coreano, também participam da operação.

A equipe é multidisciplinar, com formações técnicas e superiores nas áreas de Engenharia (Mecânica, Elétrica e Eletrônica), Telemetria, Sincronização e Tratamento de Dados, Preparação e Lançamento, Logística, Segurança (Cibernética, Orgânica, de Voo e do Trabalho), Comunicações, Atendimento Pré-Hospitalar e Medicina Aeroespacial, Salvamento e Combate a Incêndios, Prevenção de Interferências Eletromagnéticas, Investigação de Acidentes, Supervisão Contratual, Qualidade Operacional e Controle de Protocolos.

Resultado de um edital de chamamento público realizado pela AEB em 2020, a iniciativa é voltada a empresas interessadas em efetuar lançamentos a partir do CLA. A Innospace foi uma das selecionadas e assinou contrato com o Comando da Aeronáutica (COMAER) em 2022.

Dupla autorização de lançamento

Por atender a todos os requisitos de segurança, padrões ambientais e capacidade de missão, o foguete da Innospace recebeu, em outubro deste ano, autorização de lançamento comercial da Agência Aeroespacial da Coreia do Sul (KASA), responsável por coordenar as atividades espaciais no país asiático.

A AEB também concedeu autorização em maio, após verificar o cumprimento de critérios de minimização de riscos e redução de detritos espaciais, além de avaliar que a operação não compromete a segurança nacional, os interesses da política externa brasileira ou as obrigações internacionais assumidas pelo Brasil.

Foguete HANBIT-Nano: tecnologia inédita

O HANBIT-Nano é um foguete de dois estágios e propulsão híbrida (sólido e líquido), com 21,9 metros de comprimento, 1,4 metro de diâmetro, quase 20 toneladas de massa total e capacidade para transportar até 90 quilos de carga útil.

Marcos históricos

A Operação Spaceward representa marcos inéditos: o primeiro lançamento comercial da Innospace, o voo inaugural do HANBIT-Nano, o primeiro lançamento comercial de um veículo espacial a partir do território brasileiro e a consolidação do CLA como espaçoporto competitivo em nível global.

Cargas: satélites e experimentos

O foguete transportará oito cargas, sendo cinco pequenos satélites e três experimentos tecnológicos desenvolvidos por empresas e instituições do Brasil e da Índia.

Os satélites serão inseridos em órbita para coleta de dados climáticos e ambientais, desenvolvimento tecnológico e ações educacionais. Já os experimentos serão submetidos a testes e coleta de dados em ambiente de microgravidade.

Representando o Brasil, participam da operação a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), com dois pequenos satélites; a AEB, com dois pequenos satélites e uma unidade de Sistema de Navegação Inercial, em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e um consórcio de empresas do setor formado por Concert SpaceHoruseye Tech e Cron; e a empresa Castro Leite Consultoria (CLC), com uma unidade de Sistema de Navegação por Satélite (GNSS) e um Sistema de Navegação Inercial.

Da Índia, participa a Grahaa Space, com um pequeno satélite.

Sobre a AEB

A Agência Espacial Brasileira (AEB), órgão central do Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (SINDAE), é uma autarquia pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), responsável por formular, coordenar e executar a Política Espacial Brasileira.

Desde a sua criação, em 10 de fevereiro de 1994, a Agência trabalha para viabilizar os esforços do Estado Brasileiro na promoção do bem-estar da sociedade, por meio do emprego soberano do setor espacial.

Sul-coreanos iniciam integração de cargas no Centro de Lançamento de Alcântara

integração das cargas úteis no foguete HANBIT-Nano, da empresa sul-coreana Innospace, teve início na segunda-feira (10/11) e representa uma das etapas decisivas antes do lançamento, durante a Operação Spaceward. Nessa fase, são feitos testes e verificações que asseguram a conexão correta entre a carga útil — satélites e experimentos — e o veículo lançador, além de confirmar que cada equipamento está estabilizado e funcional para o momento do voo.

A missão, que transportará oito cargas úteis, sendo sete brasileiras e uma estrangeira, simboliza a entrada definitiva do Brasil no mercado global de lançamentos espaciais e abre novas oportunidades de geração de renda, inovação e atração de investimentos para o país.

Entre as cargas embarcadas, três contam com apoio direto da AEB, que viabilizou sua participação no lançamento: os nanossatélites FloripaSat-2A e FloripaSat-2B, desenvolvidos pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e o Sistema de Navegação Inercial (SNI-GNSS), criado por um consórcio formado pelas empresas Concert SpaceCron e Horuseye Tech. Essas cargas seguem a bordo do foguete sem custo para seus desenvolvedores, como parte dos esforços da AEB em fomentar o acesso ao espaço e a pesquisa aplicada no setor espacial brasileiro.

FloripaSat-2A e FloripaSat-2B. Créditos: Innospace/UFSC
FloripaSat-2A e FloripaSat-2B. Créditos: Innospace/UFSC

Outra carga com participação da AEB é o PION-BR2 – Cientistas de Alcântara, um satélite educacional desenvolvido pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em parceria com a AEB, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a startup PION. O projeto integra o programa “Cientistas de Alcântara”, iniciativa que incentiva jovens maranhenses a se aproximarem da ciência e da tecnologia espacial.

“Essa etapa da operação é uma atribuição conduzida diretamente pela Innospace e pelos desenvolvedores dos satélites e experimentos. A Força Aérea Brasileira (FAB) acompanha todo o processo no Prédio de Preparação de Propulsores, infraestrutura especializada disponibilizada pelo Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), o que reforça nosso compromisso em prover suporte técnico, coordenação e governança para que cada missão transcorra com integridade, transparência e alto padrão de confiabilidade”, destaca o Coordenador-Geral da Operação, Coronel Engenheiro Rogério Moreira Cazo.

Compatibilidade e segurança

Além dos testes elétricos e mecânicos entre os adaptadores de carga útil e os equipamentos embarcados, a etapa inclui checagem de compatibilidade entre os sistemas dos satélites e os subsistemas do veículo lançador. São realizados testes funcionais, verificações de comunicação e análises de resposta dos equipamentos quando conectados ao hardware de integração. Esse conjunto de verificações confirma se as cargas se comunicam corretamente com o foguete, garantindo compatibilidade e segurança entre os meios antes do lançamento.

Concluída essa fase, a missão avança para a integração final, quando os satélites são instalados no módulo responsável por acomodá-los dentro do foguete. Em seguida, ocorre a instalação das carenagens, as simulações gerais de pré-lançamento, as avaliações ambientais completas e, por fim, os procedimentos conjuntos de segurança de voo e coordenação operacional com a FAB. Essa sequência marca o início das últimas horas antes da contagem regressiva, quando todo o sistema (foguete, cargas, infraestrutura e equipes) passa a operar em modo de prontidão máxima.

PION-BR2 – Cientistas de Alcântara. Créditos: Innospace/UFMA
PION-BR2 – Cientistas de Alcântara. Créditos: Innospace/UFMA

Innospace HANBIT, uma família de foguetes

Para viabilizar a missão inédita no Brasil, a Innospace percorreu um ciclo de desenvolvimento que começou com o lançamento experimental do primeiro foguete da família HANBIT, o HANBIT-TLV. O voo ocorreu em março de 2023, durante a Operação Astrolábio, também realizada no CLA, sob coordenação da FAB.

Na ocasião, foi validado o desempenho do motor foguete híbrido de 25 toneladas de empuxo, tecnologia concebida integralmente pela empresa. O teste confirmou o desempenho do sistema de propulsão em voo, comprovou a maturidade técnica da solução híbrida e estabeleceu as bases para o desenvolvimento de veículos mais complexos.

A partir desse avanço, a Innospace consolidou capacidade para atuar no mercado comercial de lançamentos e deu sequência à criação dos veículos orbitais HANBIT-Nano, que será lançado no dia 22 próximo, e dos veículos HANBIT-Micro e HANBIT-Mini, atualmente em desenvolvimento.

Tudo sobre o HANBIT-Nano

O HANBIT-Nano é um veículo orbital de dois estágios, projetado para colocar até 90 quilos de carga útil em uma órbita de 500 quilômetros. Mede 21,8 metros de altura, 1,4 metro de diâmetro e integra uma nova geração de lançadores de pequeno porte, voltados para missões mais ágeis, econômicas e de alta confiabilidade.

O primeiro estágio utiliza um motor híbrido de 25 toneladas de empuxo, alimentado por combustível sólido de base parafínica e oxidante líquido, combinação que oferece simplicidade estrutural, baixo custo operacional e elevada segurança. O segundo estágio pode operar com dois motores distintos, a depender da missão: o HyPER, motor híbrido de alto desempenho, e o LiMER, motor a base de metano líquido com bomba elétrica.

Entre as principais características do veículo, destacam-se o perfil econômico, a segurança inerente à tecnologia híbrida e a presença de um Sistema de Terminação de Voo (FTS) validado em testes integrados com o CLA, que garante interrupção imediata da progressão do voo em caso de anomalias.

O desenvolvimento mobilizou 247 profissionais, sendo 102 engenheiros dedicados exclusivamente à Pesquisa e Desenvolvimento. As equipes atuaram em quatro áreas de especialidade: Propulsão para o Primeiro Estágio, Motor a Base de Metano para o Segundo Estágio, Sistemas de Alimentação por Bomba Elétrica e Controle e Aviônicos.

Entre 2024 e 2025, o HANBIT-Nano passou por nove marcos de qualificação, incluindo testes de separação da coifa e dos estágios, testes dos motores classe 3 toneladas e classe 25 toneladas, além das qualificações finais do primeiro e do segundo estágio. Cada etapa confirmou a confiabilidade e a maturidade do sistema para a missão comercial.

O ciclo completo, iniciado após o lançamento do HANBIT-TLV em 2023 e concluído com a autorização de lançamento comercial da Agência Aeroespacial da Coreia do Sul (KASA, do inglês Korea AeroSpace Administration), totalizou dois anos e sete meses de desenvolvimento.

Foguete HANBIT-Nano transportará oito cargas úteis. Créditos: FAB/Innospace
Foguete HANBIT-Nano transportará oito cargas úteis. Créditos: FAB/Innospace

Futuro da família HANBIT: HANBIT-Micro e HANBIT-Mini

O sucesso do HANBIT-TLV e o avanço do HANBIT-Nano permitiram à Innospace projetar novos lançadores: o HANBIT-Micro, veículo de dois estágios, com um “kick stage” adicional e capacidade para lançar até 170 quilos em órbita de 500 quilômetros. Já o HANBIT-Mini tem três estágios e é capaz de colocar até 1,3 tonelada em órbita de 500 quilômetros.

Para a empresa, o principal indicador de sucesso da missão é a inserção segura das cargas úteis no espaço. A expectativa é que, uma vez consolidado esse marco, novos lançamentos sejam realizados a partir do CLA, ampliando o uso da infraestrutura e da expertise disponibilizada pela FAB.

Operação Spaceward

O lançamento do foguete HANBIT-Nano está confirmado para o dia 22 de novembro, a partir do CLA, no Maranhão. A missão integra a Operação Spaceward, conduzida pela Força Aérea Brasileira (FAB) em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB), e representa o primeiro lançamento comercial realizado a partir do território brasileiro.

A iniciativa é fruto do edital de chamamento público lançado pela AEB em 2020. A Innospace foi uma das empresas selecionadas, assinando contrato com o Comando da Aeronáutica (COMAER) em 2022.

Sobre a AEB

A Agência Espacial Brasileira (AEB), órgão central do Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (SINDAE), é uma autarquia pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), responsável por formular, coordenar e executar a Política Espacial Brasileira.

Desde a sua criação, em 10 de fevereiro de 1994, a Agência trabalha para viabilizar os esforços do Estado Brasileiro na promoção do bem-estar da sociedade, por meio do emprego soberano do setor espacial.

Operação Spaceward tem período estendido até 22 de dezembro para novos testes de segurança

Operação Spaceward, coordenada pela Força Aérea Brasileira (FAB) em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB), teve seu período estendido até 22 de dezembro. A decisão foi tomada conjuntamente pela FAB e a empresa sul-coreana Innospace, responsável pelo veículo HANBIT-Nano, com o objetivo de realizar novos testes de segurança e aumentar a confiabilidade do lançamento. Com a mudança no cronograma, a primeira tentativa de lançamento passa a ocorrer no dia 17 de dezembro, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.

A operação representa o primeiro lançamento comercial realizado a partir do território nacional. Segundo o Coordenador-Geral da Operação, Coronel Engenheiro Rogério Moreira Cazo, os ensaios para validação dos sistemas de aviônica indicaram a necessidade de aprimoramentos no veículo antes do voo. Ele afirma que esse tipo de ajuste é comum em missões inaugurais e que o processo segue padrões estabelecidos para garantir precisão e segurança. “O CLA segue cumprindo seu papel como centro lançador, disponibilizando equipes, instalações e suporte técnico conforme os requisitos da operação”, destacou.

A prorrogação do período operacional também permitirá aprimoramentos no processamento dos sinais coletados do veículo, utilizados na avaliação de desempenho durante o lançamento. De acordo com o Diretor do CLA, Coronel Aviador Clóvis Martins de Souza, a decisão foi tomada de forma conjunta e fundamentada em avaliações técnicas. Ele afirma que o centro permanece totalmente operacional e apto a dar continuidade às etapas previstas.

Ensaios na plataforma

Nos dois últimos dias, a Innospace concluiu ensaio geral na plataforma, simulando uma operação real. As atividades incluíram deslocamento do veículo até a plataforma, preparativos de lançamento, validação das sequências e procedimentos de retorno. A empresa informou que os testes dos sistemas de pressão, elétrica, controle e integração entre veículo e plataforma foram concluídos.

Operação Spaceward

Operação coordenada pela FAB em parceria com a AEB para lançamento do foguete HANBIT-Nano, da empresa sul-coreana Innospace, a partir do CLA, no Maranhão. A iniciativa é conduzida pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e marca a entrada do Brasil no mercado global de lançamentos espaciais, abrindo novos caminhos para geração de renda e investimento no segmento.

Como resultado do edital de chamamento público lançado pela AEB em 2020, a Innospace foi selecionada para operar no CLA e assinou contrato com o Comando da Aeronáutica em 2022. O foguete HANBIT-Nano transportará cinco satélites e três experimentos, desenvolvidos por instituições e empresas do Brasil e da Índia.

Sobre a AEB

A Agência Espacial Brasileira (AEB), órgão central do Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (SINDAE), é uma autarquia pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), responsável por formular, coordenar e executar a Política Espacial Brasileira.

Desde a sua criação, em 10 de fevereiro de 1994, a Agência trabalha para viabilizar os esforços do Estado Brasileiro na promoção do bem-estar da sociedade, por meio do emprego soberano do setor espacial.

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