Novo quer juntar bolsonarismo no palanque de Lahesio no MA
Por Raimundo Borges

O Imparcial – A disputa do Palácio dos Leões, maior troféu político do Maranhão no campeonato do voto, já tem praticamente definidos os pré-candidatos Lahesio Bonfim (Novo), Felipe Camarão (PT) e Orleans Brandão (MDB).
O prefeito de São Luís, Eduardo Braide, já foi indicado pela cúpula nacional do PSD, mas continua avaliando suas chances, pesando os prós e contras, analisando as pesquisas e os cenários ao seu redor. O ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, que ficou em 3ª posição nas eleições de 2022, foi indicado à corrida ao governo do Maranhão no 3º Encontro Estadual, realizado sábado passado, no Hotel Luzeiros, em São Luís.
Lahesio começou na vida política como filiado ao PT entre 2003 e 2007, ingressou no PDT (2007-2011), passou os cinco anos seguintes no PSB, foi para o PSDB, partido pelo qual se elegeu, em 2016, prefeito de São Pedro dos Crentes. Em 2020, foi reeleito já no PSL, com a estrondosa votação de 90,11% dos votos. Em 2022, Lahesio se filiou ao PTB, depois ao Agir, e pulou para o PSL para concorrer ao governo do Maranhão. Assumiu a posição de extrema direita no vácuo do bolsonarismo, sem liderança no Maranhão, e ficou em 3ª posição, ultrapassando o senador Weverton Rocha (PDT), anteriormente favorito contra Carlos Brandão.
Agora, com o aval de Romeu Zema, Lahesio ganhou impulso nacional em sua proposta de candidatura. Porém, o Maranhão é um estado de eleitorado historicamente metafórico, em que a capital São Luís se contrapõe aos 216 municípios do interior. Como perdeu a alcunha de “Ilha Rebelde” ao longo das eleições no período sarneísta, hoje ninguém fala mais nisso. O que ficou foi o dinismo mobilizado na esquerda, com o centro-esquerda misturado ao PCdoB, PSB, PDT, com Lula ganhando alto no voto presidencial. O antidinismo se incorporou ao segmento bolsonarista a partir de 2018 e votou em Lahesio Bonfim em 2022.
Como Flávio Dino trocou a política pelo Supremo Tribunal Federal e deixou Carlos Brandão iniciando o mandato no Palácio dos Leões em 2023, este cuidou de fazer um governo com a cara de sua trajetória política, com maior temporada no PFL e PSDB, antes de ingressar no PSB. Tal postura de Brandão desagradou tanto a Flávio Dino quanto a parte significativa de seu legado político, e o que era previsível acabou se confirmando: os dois romperam as relações, e o governador não demorou em montar um novo modelo político estadual, apoiado pelo presidente Lula (PT), porém centrado na ideia do municipalismo, que agrada em cheio os prefeitos e a população beneficiada com as parcerias.
Depois das eleições de 2024, quando seu grupo conseguiu eleger mais de 170 prefeitos, Brandão se viu em posição favorável não para fazer do petista e vice Felipe Camarão o candidato à sua sucessão, mas sim do secretário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB). É um jovem estreante na política, mas com a confiança do tio, dos prefeitos e do partido presidido pelo pai, Marcus Brandão. Orleans começou pontuando 3% nas pesquisas e hoje já reveza na posição de líder com Eduardo Braide, que tem aprovação nas alturas como gestor da capital maranhense, mas não quer arriscar lançar-se a um projeto tão grandioso enquanto não tiver mais garantia de que pode ganhar.
O problema da direita maranhense é exatamente a falta de uma liderança. O governador Romeu Zema veio lançar Lahesio Bonfim, mas ele é do Novo. O próprio Zema não tem certeza de ser candidato presidencial enquanto se arrasta nas pesquisas abaixo de dois dígitos. Já o PL tem praticamente toda a família Bolsonaro querendo disputar a Presidência contra o ocupante do cargo, Luiz Inácio Lula da Silva, líder das pesquisas. O PL maranhense é representado pelo deputado Josimar do Maranhãozinho, que nunca foi bolsonarista. Com seu líder maior, Jair Bolsonaro, preso preventivamente e o deputado Eduardo tornado réu pelo STF, todo o bolsonarismo está em polvorosa e atordoado.
