Defesa de Bolsonaro apresenta novo pedido de cirurgia após ultrassom confirmar duas hérnias
Revista Fórum – Advogado de Bolsonaro usou resultado do exame, realizado na cela onde ele está preso na Polícia Federal, para alfinetar o ministro Alexandre de Moraes. Estratégia é conseguir prisão domiciliar “humanitária” ao ex-presidente.
Os advogados de Jair Bolsonaro (PL) vão apresentar nesta segunda-feira (15) um novo pedido junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para realização de uma cirurgia para retirada de duas hérnias inguinais que foram detectadas no ultrassom realizado neste domingo (14). O procedimento foi realizado, a pedido da defesa, na cela onde o ex-presidente está preso, na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília.
“A equipe médica acaba de deixar a Superintendência da Polícia Federal após realizar exames de ultrassonografia no Pr. Jair Bolsonaro. Os exames identificaram duas hérnias inguinais, e os médicos recomendaram que ele seja submetido a um procedimento cirúrgico, a única forma de tratamento definitivo para o quadro”, escreveu nas redes o advogado João Henrique Nascimento de Freitas, assessor do ex-presidente.
O ultrassom foi realizado, com acompanhamento de peritos da PF, após Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitar o pedido anterior para cirurgia com exames antigos. No requerimento, os médicos pediram ainda prisão domiciliar “humanitária” para o ex-presidente.
“Havíamos requerido ao Ministro Alexandre de Moraes autorização para que o Presidente Bolsonaro realizasse procedimentos cirúrgicos para retirada de duas hérnias inguinais. A despeito do pedido da equipe médica de alto nível, que o acompanha há anos, houve, em resposta, a determinação para que a Polícia Federal realizasse ‘perícia’ para determinar sobre a necessidade ou não dos procedimentos. Desconhecendo a expertise médica da Polícia Federal tivemos por bem requerer, então, a realização de ultrassonografia no Presidente, através de dispositivo portátil, cujo relatório, emitido hoje, constatou a existência das duas hérnias antes afirmadas pela equipe médica”, escreveu Paulo Amador Cunha Bueno, que faz a defesa do ex-presidente.
Em seguida, o advogado aproveitou para alfinetar Moraes, afirmando que “se havia alguma dúvida sobre a veracidade das razões para o pleito cirúrgico, resta assente que os profissionais que lideram o tratamento — Drs. Leandro Echenique e Claudio Birolini —, jamais emitiram recomendações que não fossem verídicas e fruto de suas convicções médicas, honrando seu juramento hipocrático, como seria esperado”.
“Amanhã será renovado o pedido de autorização de hospitalização para realização da intervenção cirúrgica, esperando-se que, diante do resultado da ultrassonografia, seja, finalmente, deferido o pedido, independentemente de ‘perícia policial’”, emendou.
Havíamos requerido ao Ministro Alexandre de Moraes autorização para que o Presidente Bolsonaro realizasse procedimentos cirúrgicos para retirada de duas hérnias inguinais. A despeito do pedido da equipe médica de alto nível, que o acompanha há anos, houve, em resposta, a…
— Paulo Cunha Bueno (@paulocunhabueno) December 14, 2025
Carlos Bolsonaro mente
Desnorteado em meio à guerra na ultradireita neofascista para o controle do bolsonarismo, Carlos Bolsonaro (PL) foi às redes na manhã deste domingo (14) dar continuidade à lamúria sobre a prisão do pai, Jair Bolsonaro (PL), encarcerado na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e 3 meses por liderar a organização criminosa que tentou um golpe de Estado no Brasil.
Em duas publicações, o vereador carioca – que renunciou o cargo para tentar uma vaga no Senado por Santa Catarina – mostrou desespero com a decisão de Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre o pedido da defesa para que Bolsonaro passe por um ultrassom.
O pedido foi feito após os advogados apresentarem exames antigos em requerimento para realização de cirurgia para tratamento de uma suposta hérnia inguinal bilateral.
Em sua decisão, Moraes autorizou a realização do ultrassom na própria cela onde Bolsonaro cumpre pena.
“Autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela Defesa”, determinou.
Nas redes, Carlos Bolsonaro reclamou da “maldade” de Moraes. “Meu Deus do céu! Até quando, Meu Deus? Pra que tanta maldade?”, escreveu na noite de sábado (13).
No entanto, o vereador ignora que a própria defesa, no pedido a Moraes, diz que o exame pode ser realizado “in loco”.
“Trata-se de procedimento não invasivo, rápido, que não exige sedação ou estrutura hospitalar, podendo ser plenamente realizado in loco, garantindo, assim, que as imagens e laudos correspondentes sejam disponibilizados imediatamente à Polícia Federal para subsidiar a perícia já determinada por Vossa Excelência”, diz o pedido de ultrassom feito pelos advogados.
Em nova publicação neste domingo (14), Carlos compara o pai ao líder do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, mais conhecido como Marcola, levado ao Hospital de Base do Distrito Federal no último dia 5 para exames de rotina, incluindo uma ressonância magnética no joelho.
“Nada do que ocorre hoje no enredo político nacional e internacional é ao acaso, alem dos objetivos serem muito claros”, diz apos comparar os dois casos.