PL de Bolsonaro e PT de Lula unidos em 22 cidades do MA
Por Raimundo Borges
O Imparcial – A busca do poder nas eleições acaba por provocar constrangimento, imprevisibilidade e ironia da política. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já mapeou todas as candidaturas registradas para as disputas de prefeituras e câmaras de vereadores nos 5.568 municípios e encontrou situações em que afrontam a lógica, mas atendem as demandas locais bem distantes do que se passa pelo país afora.
Em 85 municípios, o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro está metido em coligação com o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desse total, 22 municípios estão no Maranhão, incluindo São Luís, única capital que possibilitou essa aliança inusitada.
O eleitor pode estar perguntando se a política é fruto da lei da física em que os opostos se atraem. A resposta é sim, mas também pode ser não. Afinal, não há nenhuma camaradagem entre lulistas e bolsonaristas em qualquer lugar do Brasil.
O que há, de fato, é o pragmatismo circunstancial das cúpulas partidárias que arregaçam as mangas por um tempão no horário eleitoral de rádio e TV e acertarem o passo rumo ao Palácio La Ravardière, onde o deputado federal Duarte Júnior (PSB) soma 12 legendas em seu palanque. Ele aparece nas pesquisas atrás do prefeito Eduardo Braide (PSD), mas tem o apoio do governador Carlos Brandão, do mesmo partido de Duarte.
No primeiro momento o PL se colocou contra a união com o PT em qualquer lugar do país. Porém, acontece que, no Maranhão quem manda na legenda é o deputado federal Josimar do Maranhãozinho, maior liderança eleitoral dentre todos os deputados federais desde 2018, quando foi eleito o mais votado no Maranhão e em 2022, quando elegeu a esposa Detinha campeã de voto para a Câmara.
Tudo isso, depois de ele ter sido vencedora no mesmo lugar em 2018 para a Assembleia Legislativa. Em 2020, Duarte chegou ao segundo turno contra Braide e em 2022, se elegeu deputado federal.
Em 2020, PL e PT não conseguiram eleger prefeitos em nenhuma das capitais. Naquele ano, o partido – que ainda não tinha o então presidente Bolsonaro como integrante – venceu as disputas em 345 cidades, 16% a mais que em 2016. Já o PT elegeu 183 prefeitos, uma queda de 28%.
No Maranhão, entre as 22 cidades em que o PT se aliou ao PL, o partido bolsonarista tem 34 prefeituras, contra uma do PT, em Coroatá onde, as duas legendas estão também aliadas na disputa do cargo de prefeito. Se não bastasse, como o PT faz parte da federação com o PCdoB e o PV, o PL também está junto com os comunistas nessas eleições.
Duarte Júnior é do PSB e colocou a petista Isabelle Passinho na vice, repetindo o que ocorre no governo do Maranhão, onde Carlos Brandão (PSB) tem como vice Felipe Camarão, do PT. E de quebra, o presidente Lula está com Geraldo Alckmin, do PSB, mas com raízes fincadas no PSDB, assim como Carlos Brandão.
Ele está no centro da campanha de Duarte, arregaçando as mangas para tentar quebrar um paradigma na capital maranhense, onde nenhum governador conseguiu eleger o prefeito, desde quando as eleições diretas fizeram parte da democracia brasileira. Na convenção, Duarte festejou a presença tanto do presidente estadual do PL, de um lado, quanto o do PT regional do outro. Para não ficar ignorado na campanha, Jair Bolsonaro deve apoiar o deputado Yglésio Moises, candidato a prefeito do PRTB.
PÍLULAS POLÍTICAS
Não atingiu alvo
Pelo que se viu até agora é que a campanha do prefeito Eduardo Braide não dá sinal de balado com a história mal contada do Clio encontrado com R$ 1,1 milhão no porta-malas, cujo inquérito permanece em andamento, com a Polícia quebrando a cabeça para tentar encontrar vários pontas soltos na costura mal acabada.
Lisura plena (1)
Só milagre de São José de Ribamar para salvar as finanças de três dos cinco candidatos à prefeitura da terra do padroeiro. O prefeito Dr Julinho Matos (Pode), Magão (PSOL) e Roberto Câmara (Mobiliza) registraram suas candidaturas no TRE-MA, sem declarar qualquer patrimônio.
Lisura plena (2)
Na eleição passada, Júlio Matos, que já foi prefeito do mesmo município e é médico, declarou em 2020 que seu patrimônio era de apenas 39.159. Ao contrário de uma legião de mandatários que entram na política num dia e no outro estão ricos, Julinho fez foi perder o dinheirinho que tinha há quatro ano.
Cyntia na Esplanada
O ministro do Esporte, André Fufuca, nomeou Cynthia Mota a nova secretária-executivo adjunta da secretaria executiva do Ministério do Esporte. Ela formado em ciências contábeis e é ex-secretária de Planejamento e Orçamento do governo Flávio Dino.