3 de dezembro de 2024
DestaquesGeralPolítica

O Brasil lidera no G-20 agenda global contra fome e pobreza

Por Raimundo Borges

O Imparcial – O Brasil está no centro do mundo e o mundo dentro do Brasil. O encontro do G-20 reúne no Rio de Janeiro nada menos do que as maiores potências econômica do planeta e convidados de 81 países dos cinco continentes, além de bancos e ongs internacionais, todos interessados na agenda principal das três reuniões das cúpulas do poder mundial.

Uma delas para cada prioridade definidas pelo Brasil no final do mandato como presidente do G-20: inclusão social e luta contra a fome e a pobreza, reforma da governança global e transição estratégica com desenvolvimento sustentável, incluindo a crise do clima.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)  conseguiu marcar um feito histórico, ao reunir na cidade maravilhosa, líderes políticos, empresariais, financeiros e ongs do planeta para debater uma pauta que não pode mais esperar: o clima, a fome as guerras da Ucrânia, na África,no Oriente Médio e a ampliação do Conselho Permanente da ONU, para incluir o Brasil e outras nações em desenvolvimento.

Mais de 81 países aderiram à proposta brasileira de criação da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. Junto com essa ideia, foi estabelecida uma força-tarefa intercontinental com o objetivo de os países dedicarem recursos e ações para erradicar a fome e a pobreza no mundo até 2030.

Trata-se de uma proposta que parece avançada demais para o mundo atual em que a direita e a extrema direita avançam fortemente, como aconteceu no Brasil no governo Jair Bolsonaro e agora nos Estados Unidos com Donald Trump, além da Argentina, Itália e outros países. Há estudo na ONU bastante revelador sobre como bancar o combate à fome e à pobreza.

Taxar as grandes fortunas no mundo em apenas 2% daria uma arrecadação entre US$ 200 e 250 bilhões anuais. No Brasil tributação dos super ricos com fortuna a cima de R$ 10 milhões foi tentada pelo governo Lula na regulamentação da Reforma Tributação, mas o Congresso nem se dispôs a debater os pós e contras.

Esse modelo de taxação, ampliado para um contexto mundial, tem base em um projeto do economista francês Gabriel Zucman, lançado em junho deste ano, sugere o seguinte: uma tributação para cerca de 3 mil indivíduos com fortunas superiores a US$ 1 bilhão que atualmente não pagam ao menos 2% de imposto de renda ao ano.

O estudo foca em pessoas que possuem ativos, como imóveis, ações e participações em empresas. Portanto, só impactará apenas indivíduos de patrimônio ultraelevado e baixíssima carga tributária. Gabriel Zucman disse que o estudo “parece utópico, mas é factível”.

Zucman elogia a proposta do presidente Lula a ser posta hoje, 19/11, na mesa do G-20. Ele a classificou de inovadora e viável. Tem o apoio de 81 países inclusive a Argentina de Javiel Milei, que antes havia se recusado a assinar, mas depois que desembarcou no Brasil, teria mudado de ideia e também apoiado.

A Aliança Contra a Fome e a Pobreza não se trata de uma lei, mas de um documento apoiado pelos chefes de estados, que se propõe a elaborar e financiar políticas de combate à fome e à pobreza, com modelos diferentes para cada região do mundo. Além dos 81 governos, o encontro conta com nove instituições financeiras globais, 31 Ongs, a União Europeia, a União Africana e várias fundações.

“Sabemos, pela experiência, que uma série de políticas públicas bem desenhadas, como programas de transferência de renda ‘Bolsa Família’ e refeições escolares nutritivas para crianças, têm o potencial de acabar com o flagelo da fome e devolver a esperança e dignidade para as pessoas”, disse o presidente Lula.

Afinal, são 733 milhões de pessoas, equivalente a uma em cada 11 indivíduos e uma em cada cinco na África, que passaram fome em 2023, segundo o relatório O Estado de Segurança Alimentar e da Nutrição no Mundo, publicado ontem pelas agências das ONU. Diz que houve retrocesso nos últimos 15 anos, incluindo os período da pandemia, além das tragédias climáticas no planeta.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *