22 de novembro de 2024
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Dino seria o “Juca” na trama para matar Lula e Alckmin?

Por Raimundo Borges

O Imparcial – O plano do golpe de Estado, minunciosamente detalhado para ter desfecho no assassinato do presidente democraticamente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes continua sendo o assunto mais bombástico da semana.

A Polícia Federal investiga se o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino também era alvo do plano de militares para matar autoridades e dar um golpe no Brasil, impedindo a posse de Lula. Seria criado um gabinete de crise para decretar o dispositivo previsto na ConstituiçãoBrasileira, de garantia da lei e da ordem, que Jair Bolsonaro costumava definir como agir dentro das quatro linhas.

As investigações da PF com novos e inacreditáveisdesdobramentos desde a derrota de Jair Bolsonaro para opetista Lula da Silva e a culminância no 08/01 de 2023 uma semana da posse do novo governo, não param de trazer à tona novos fatos assustadores.

As revelações encontradas no celular do ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro, coronel do Exército Mauro Cid sobre o plano de matar Lula, Alckmin e Moares já têm desdobramentos com suspeita de que também Flávio Dino, então senador eleito do Maranhão, poderia estar na mira dos militares golpistas na montagem do plano golpista.

A PF quer saber se Dino seria o “Juca”, apelido que o grupo identificava as autoridades marcadas para morrer. Lula era o Jeca; Alckmin, o Joca e falta saber quem era o “Juca”, citado em um documento que detalhava o plano criminoso. Portanto, a Polícia Federal busca agora comprovar a suspeita de que o magistrado, que foi ministro da Justiça durante as insurgências que destruíram as sedes do Três Poderes, e hoje integra do Supremo Tribunal Federal era o quarto alvo.

Ele, como governador do Maranhão filiado ao PCdoB sempre foi alvo de ataques e piadas do presidente Jair Bolsonaro. Em janeiro, Dino chefiava a PF que prendeu centenas de golpistas depois do 8/01, como ministro da Justiça e Segurança Pública.

Com três páginas, a papelada dos golpistas, recuperada pela PF em que “Juca” é citado, foi dividida em tópicos que incluem equipamentos, armas, análises de cenário e de riscos. O material dos militares que tramaram o assassinatos em Brasília, chegou a ser impresso no Palácio do Planalto em novembro de 2022 e, segundo a PF, levado ao Palácio da Alvorada, onde o então presidente Jair Bolsonaro ainda morava.

Portanto, a conclusão dos federais é que o mandatário do Planalto na época tinha conhecimento do plano para interromper o processo democrático que resultou na eleição de Lula, que até hoje o ex-capitão contesta.

O texto dava apelido a três alvos. O primeiro deles, “Jeca”, já foi identificado pela PF como sendo Lula. O plano dizia que, “considerando a vulnerabilidade de seu atual estado de saúde e sua frequência a hospitais”, ele poderia ser assassinado por “envenenamento ou uso de química/remédio que lhe cause um colapso orgânico”. E prosseguia o documento, alertando que a “sua neutralização abalaria toda a chapa vencedora [das eleições de 2022]”.

Trata-se de um problema de tamanha gravidade que os autores da trama certamente não serão  poupados dos rigores da lei. O próprio Alexandre de Moares disse dias atrás que anistiar os golpistas, como querem os bolsonaristas do Congresso, é sacramentar a impunidade.

O segundo alvo, apelidado de “Joca”, foi identificado como Alckmin, o vice de Lula. O documento dos golpistas diz que “sua neutralização” extinguiria a chapa liderada pelo PT, com o PSB na vice-presidência, já que não haveria um substituto automático de Lula que poderia tomar posse como presidente da República em 2023.

O terceiro, que a PF desconfia ser Flávio Dino, ganhou o apelido de “Juca”. Ele foi tratado como “iminência parda do 01 [Lula] e das lideranças do futuro governo”. A “neutralização de Juca desarticularia os planos da esquerda mais radical”, diz ainda o texto, segundo reprodução da imprensa nacional e internacional.

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