9 de janeiro de 2025
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Meio mandato para Carlos Brandão não errar o rumo

Por Raimundo Borges

O Imparcial – O governador Carlos Brandão (PSB) está há seis dias na segunda metade do mandato conquistado em 2022, somados aos nove meses do período herdado do governo de Flávio Dino. Tanto ele quanto os deputados estaduais e federais estão, portanto, no meio do caminho que os levará, juntos ou misturados, a 2026.

O poeta maior do Brasil, Carlos Drummond de Andrade, deixou a lição mais profunda de sua infinita produção: “No meio do caminho tinha uma pedra / Tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra…” Agora só é tirar o verbo ter do passado (tinha) e colocá-lo no presente (tem).  

Como a política, na sua essência de poder não tem vieses poéticos, ela foi vista pelo escritor e ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) não como a arte do possível, mas como a “arte de tornar o possível necessário”.

Carlos Brandão, histórico militante do PSDB de FHC, está se deparando com as pedras no meio do caminho, que o poeta mineiro preconizou como mantra capaz de provocar tropeção, ou superação tipo a desenvoltura de um atleta olímpico em corrida de revezamento com obstáculos. Portanto, Brandão está no meio do caminho para deixar o poder estadual em 2026, buscando sair fortalecido e não fracassado pelos obstáculos da jornada governamental.

O termo “governar” vem do latim “gubernare”, que significa dirigir um navio. É uma metáfora náutica bastante adequada, pois assim como o capitão de um navio, o governante tem a responsabilidade de conduzir e orientar a sociedade em direção aos objetivos estabelecidos.

O Maranhão, governado por Brandão está encalacrado no Nordeste que, segundo a Resenha do BNB, divulgada na última 6ª feira, 04/01, foi a região que mais cresceu no país em 2024, com um Produto Interno Bruto (PIB) de 3,8%. O Maranhão aparece em 4º lugar, com 3,6%, atrás da Paraíba (6,6%), Rio Grande do Norte (6,1%), Ceará (3,9%).

Portanto os dois anos de Brandão à frente do Palácio dos Leões precisam, antes de qualquer coisa, do apoio político federal e municipal, ter uma gestão compartilhada internamente e fora do governo e definir diretrizes viáveis, decisões corretas que afetem diretamente a vida das pessoas, principalmente as mais pobres.

Pacificar o Estado deve ser uma busca permanente, num ano sem eleição, como este 2025. Ele saiu fortalecido das eleições municipais e tem tudo para acertar nas medidas que chegam à base da pirâmide social, como Educação, Saúde, Emprego, prestação de serviços e combate às causas das desigualdades e do empobrecimento secular dos maranhenses.  

Além dos grandes desafios sobre as obras federais de infraestrutura, como a Avenida Litorânea em São Luís, a ZPE em Bacabeira, o Centro de Lançamento de Alcântara, Brandão tem um projeto estratégico próprio de longo prazo para alavancar o desenvolvimento do Maranhão até 2050. O plano, lançado em junho do ano passado, objetiva preparar o estado para o futuro.

O futuro que, aliás, já chegou para um governo tem dois anos para implementar a base desse desenvolvimento de longo prazo. Ele conta com um robusto apoio político na Alema, no setor produtivo privado e no governo federal, com pesados investimentos que vêm sendo colocados no Estado por vários ministérios.

Embora alguns indicadores do Maranhão estejam aquém do desejável, mas é inegável que outros mostram-se num momento histórico de melhorias na agricultura familiar, no emprego, na segurança pública, no Agro, na indústria, no turismo e na educação com dezenas de escolas de tempo integral e o avanço dos Iemas e da Uema no interior.

A política municipalista, com compartilhamento de esforços é o caminho sem pedras para obstaculizar os próximos dois anos de mandato de Brandão. Ele vive um momento histórico, com todos os fundamentos favoráveis para chegar a 2026 sem atropelar a história e tropeçar no caminho, sendo ou não candidato a senador, fazendo ou não o vice Felipe Camarão, o sucessor.

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