VÍDEO – Moraes responde às ameaças dos EUA: “O que a vida quer da gente é coragem”

DCM – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, se manifestou nesta quinta-feira (27) sobre o ataque do governo dos EUA a decisões recentes da Justiça brasileira, em uma nota do Departamento de Estado do país na rede social X que acusava o STF de “censura” à “liberdade de expressão”.

Em sessão da Corte, Moraes reforçou a defesa da soberania do Brasil e a importância do cumprimento das decisões judiciais em solo nacional. Ele lembrou os princípios da ONU (Organização das Nações Unidas) para justificar as ações do Judiciário brasileiro e citou uma frase do escritor Guimarães Rosa: “O que a vida quer da gente é coragem”.

“Deixamos de ser colônia em 7 de setembro de 1822 e, com coragem, estamos construindo uma República independente e cada vez melhor”, declarou. “Como sempre lembrado pela nossa eminente ministra Cármen Lúcia, citando Guimarães Rosa, ‘o que a vida quer da gente é coragem’”.

O ministro mencionou uma carta da ONU, escrita “na primeira reunião em sua sede permanente de Nova York”, em 1952, que prevê “a luta contra o fascismo, nazismo, imperialismo, seja presencial, virtual, e a defesa da democracia e direitos humanos”.

Além do comunicado ameaçador do governo norte-americano, foi aprovado nesta semana, em uma comissão da Câmara dos Estados Unidos, um projeto para barrar Moraes no país. Chamado de “Sem Censores em Nosso Território”, a lei prevê a proibição de entrada ou deportação de qualquer pessoa considerada um “agente estrangeiro que infrinja o direito de liberdade de expressão ao censurar cidadãos dos Estados Unidos em solo americano”.

“Deixamos de ser colônia em 7 de setembro de 1822, e, com coragem, estamos construindo uma República independente e cada vez melhor”, declara Alexandre de Moraes, após uma comissão da Câmara dos EUA aprovou um projeto para barrar Alexandre de Moraes no país.

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— GloboNews (@GloboNews) February 27, 2025

De acordo com a mensagem, divulgada pelo Escritório do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado, “bloquear o acesso à informação e impor multas a empresas sediadas nos EUA por se recusarem a censurar pessoas que vivem nos Estados Unidos é incompatível com os valores democráticos, incluindo a liberdade de expressão”.

O texto foi visto como uma ameaça a Moraes, que tem sido alvo de críticas do governo estadunidense por suas decisões relacionadas a redes sociais e desinformação. O caso envolve a Rumble, plataforma que recorreu à Justiça dos EUA para evitar o cumprimento de ordens judiciais brasileiras.

Depois da publicação, o Itamaraty consultou o ministro antes de emitir uma resposta oficial. Inicialmente, o governo brasileiro buscava evitar o agravamento das tensões, mas decidiu adotar um tom mais firme após a ofensiva no X. Em nota, o Itamaraty afirmou que recebeu “com surpresa” a manifestação do governo dos EUA e disse rejeitar “qualquer tentativa de politizar questões judiciais”.