8 de agosto de 2025
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Quatro jovens de centro avançam na corrida de 2026 ao governo do MA

Por Raimundo Borges

O ImparcialSe o debate da sucessão no Palácio dos Leões em 2026 começar pelo centro-direita, necessariamente esbarra no prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), cruza com o vice-governador Felipe Camarão (PT) e alcança o secretário Extraordinário de Assuntos Municipalistas, Orleans Brandão (MDB). Aqui e acolá, enrosca no ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, médico Lahesio Bonfim (Novo).

Ideologicamente, os quatro pré-candidatos a governar o Maranhão a partir de 2027 estão longe de ser carimbados como comunistas, esquerdistas, direitistas puros ou extremistas. O mais aceitável seria enquadrá-los todos como neoliberais – sem ideologia explícita na trajetória de cada qual.

As pesquisas de intenção de votos até aqui realizadas – sem controle do Tribunal Regional Eleitoral – apontam Braide, Camarão, Lahesio e Orleans como os nomes que melhor pontuam na disputa pelo governo do Maranhão. Porém, nenhum estudo sociológico indica qual a tendência ideológica do eleitorado que vai escolher o próximo governador.

Lahesio Bonfim, único que disputou a eleição para o Palácio dos Leões em 2022, tem um histórico partidário confuso. Sua carreira política, iniciada no Piauí, o fez passar pelo PT (2003-2007), pulou para o PDT até 2011; transitou pelo PSB até 2016, virou tucano em 2019 e, em 2021, já estava no PSL; em 2022, no PTB e depois, ainda no mesmo ano, no Agir; em 2023, no PSC; e hoje, no Novo.

Sem dúvida, Lahesio foi da esquerda petista à direita do Partido Novo, onde assume a posição de bolsonarista. Eduardo Braide começou pelo PSB (2006-2009), demorou 10 anos no PMN, passou pelo Podemos em 2019 e, a partir de 2022, acampou no PSD. Foi presidente da Caema no governo José Reinaldo, deputado estadual, sendo líder do governo Flávio Dino no primeiro mandato de governador, com quem rompeu.

De deputado federal foi eleito e reeleito prefeito de São Luís. Nunca posou de direita, nem de esquerda, pois tem o perfil de centro – neoliberal – do tipo que enfatiza o sistema socioeconômico e político e propõe livre mercado com pouca intervenção do Estado no espectro econômico.

O fato curioso sobre os quatro políticos melhores posicionados na corrida ao Palácio dos Leões é o fator idade. É um quarteto de jovens com posição no centro-direita. Eduardo Braide é o mais velho, com 49 anos, seguido de Lahesio Bonfim, 44; Felipe Camarão, 43; e Orleans Brandão, 31.

Ele é a aposta do tio Carlos Brandão, 66, que, neste primeiro momento, vem colocando-o na linha de frente de ações do governo, na expectativa de vê-lo bem posicionado num eventual acordo com os 12 partidos que lhe dão sustentação na Assembleia Legislativa e nas bases municipais. Até a Secretaria Extraordinária de Assuntos Municipalistas foi criada sob medida para projetar o sobrinho Orleans.

O governador é filiado ao PSB e tem como vice Felipe Camarão, um procurador da República que ingressou na política pelas mãos de Flávio Dino em 2015. Foi secretário de Educação, para tocar seus projetos de repercussão no ensino: Escola Digna, Escola de Tempo Integral, os Institutos de Educação, Ciência e Tecnologia (Iema) e a expansão da Uema.

Na semana passada, os deputados Ricardo Arruda (MDB), Yglésio Moises (PRTB), Neto Evangelista (União Brasil), Mical Damasceno (PSD) e Adelmo Soares (PSB) travaram um debate acirrado na tribuna da Alema sobre a sucessão de 2026, no qual Damasceno e Moises, ambos bolsonaristas assumidos, fizeram a defesa intransigente de Brandão – contra Camarão.

Do mesmo jeito que “sinaliza” apoio ao sobrinho Orleans, Carlos Brandão nem de longe fala em rompimento com Flávio Dino, de quem foi vice por sete anos, ou com Felipe Camarão. Assim, o ano pré-eleitoral de 2025 avança com quatro nomes, todos abaixo de 50 anos, na dianteira das pesquisas, nas quais não se questiona ideologia.

Na história do Maranhão, só em 2014 foi possível registrar a entrada no Palácio dos Leões de Flávio Dino, como o primeiro governador no país eleito pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Hoje, o poder está com Carlos Brandão, do PSB, mas sem nenhuma identificação com a ideologia socialista, doutrina política e econômica que prega a coletivização dos meios de produção e de distribuição, mediante a supressão da propriedade privada e das classes sociais.

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