A genial música de Gilberto Gil que previu a inteligência artificial há mais de 50 anos
Revista Fórum – Relembre este clássico da música brasileira e a genialidade por trás dela.
Gilberto Gil é, sem dúvida, um dos artistas mais geniais e influentes da música brasileira. Compositor, cantor, multi-instrumentista e ex-Ministro da Cultura, Gil sempre esteve à frente de seu tempo — seja na mistura de ritmos, nas letras provocadoras ou no uso de novas tecnologias.
Mas você sabia que, ainda nos anos 60, ele já falava sobre inteligência artificial em uma de suas músicas?
“Cérebro Eletrônico”: um salto para o futuro

A canção “Cérebro Eletrônico” foi lançada em 1969, no disco Gilberto Gil. Na época, o Brasil vivia um período de censura e repressão durante a ditadura militar, e a música servia tanto como crítica ao autoritarismo quanto como uma reflexão sobre o avanço da tecnologia.
A letra traz a figura de um cérebro artificial que tenta substituir a sensibilidade humana:
“O cérebro eletrônico faz tudo
Faz quase tudo
Faz quase tudo
Mas ele é mudo
O cérebro eletrônico não fala
Ele apenas pensa, pensa, pensa…”
Gil questiona a frieza e os limites da inteligência criada pelo homem, contrapondo-a à capacidade humana de sentir, falar, amar e transformar o mundo com emoção e criatividade.
Mais de 50 anos depois, a letra parece ter antecipado o debate atual sobre inteligência artificial, automação e o lugar da emoção humana em um mundo cada vez mais digitalizado. Enquanto as máquinas evoluem e se tornam mais autônomas, a mensagem de Gil continua atual: o raciocínio sem sentimento não é suficiente para compreender a complexidade da vida.
Um clássico atemporal
“Cérebro Eletrônico” é mais do que uma canção experimental. É uma reflexão filosófica, política e futurista. Com influência do movimento Tropicália, ela mistura crítica social, psicodelia e modernidade — características que marcaram a carreira de Gilberto Gil.
Se você ainda não ouviu essa música, vale a pena parar por três minutos e prestar atenção na letra e na ousadia musical. Um verdadeiro clássico que prova como a arte pode antecipar debates que ainda estavam por vir.
Confira: