VÍDEO: Jovem do Paraná se alista na Ucrânia, é enviado ao front e diz estar preso por contrato
G1 – Lucas Felype Vieira se voluntariou para operar drones, mas diz ter sido alocado na linha de frente próximo a combatentes. Ele buscou ajuda da embaixada, mas foi informado de que não podem interferir.
O paranaense Lucas Felype Vieira Bueno, de 20 anos, usou as redes sociais para pedir ajuda e tentar conseguir deixar a Ucrânia. Ele viajou ao país em maio deste ano após se alistar online para atuar como voluntário na guerra. Assista acima.
O jovem é natural de Francisco Beltrão, no sudoeste do estado. Ele contou que tinha a intenção de trabalhar como operador de drones na Ucrânia, mas recebeu ordens de deslocar para próximo à linha de frente dos combates.
Insatisfeito com a medida, Lucas tenta voltar ao Brasil, mas um contrato assinado por ele com o Ministério da Defesa Ucraniano não permite o retorno antes do prazo de seis meses – período mínimo para o treinamento.
Em uma publicação na sexta-feira (25), Lucas afirmou que, embora tenha sido recrutado para atuar com tecnologia militar, foi realocado para um batalhão de infantaria em Kharkiv, uma das regiões mais afetadas na guerra com a Rússia.
“Vim para a Ucrânia como voluntário com a promessa de trabalhar com tecnologia militar, principalmente na área de drones. Desde que cheguei aqui tudo mudou. Estão me empurrando para funções de infantaria. Disseram que é treinamento, mas não acredito mais nisso. Estão colocando uma arma na minha mão e me levando para uma zona de guerra sem meu consentimento”, afirmou, em vídeo.
No desabafo, Lucas alegou ter contatado a Embaixada do Brasil na Ucrânia, onde foi informado que a autoridade não pode interferir. O g1 procurou a embaixada e o Ministério das Relações Exteriores, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Após o desabafo ganhar repercussão nas redes, Lucas disse que outros brasileiros na Ucrânia entraram em contato com ele para oferecer ajuda.
“Estamos conversando. Me pediram informações e disseram que vão me dar um retorno. Mas o futuro continua incerto”, afirma.
Contrato impede saída nos primeiros seis meses
O g1 teve acesso ao contrato assinado por Lucas em 29 de junho de 2025. O documento tem validade de três anos, com cláusula que proíbe o rompimento durante os primeiros seis meses — período classificado como “formação experimental”. Ou seja, Lucas está legalmente impedido de deixar o país até pelo menos dezembro de 2025.